O governo das Bahamas, por meio do Ministério da Agricultura e do Gabinete do Procurador-Geral, informou que está se preparando para dialogar com representantes da comunidade Rastafári, que demonstraram preocupação com a legislação sobre cannabis recentemente aprovada no país.
A informação foi divulgada pelo ministro da Agricultura, Jomo Campbell, que respondeu a questionamentos sobre uma possível ação judicial a ser movida pelos Rastafáris. Segundo o ministro, ainda não houve novas conversas entre sua pasta e a comunidade, mas o Gabinete do Procurador-Geral tem conduzido tratativas sobre o tema.
De acordo com o jornal The Tribune, um líder rastafári afirmou que a comunidade ainda considera ingressar com uma ação legal contra o governo. Recentemente, o grupo realizou um evento beneficente para arrecadar fundos destinados à contratação de assessoria jurídica.
Durante sua declaração, Campbell destacou que o governo ainda está revisando pontos críticos do projeto de regulamentação da indústria da cannabis, com base nas discussões e críticas levantadas durante os debates no Parlamento e no Senado.
“Queremos garantir que todas as preocupações sejam consideradas. Como todos viram na imprensa, houve muitas observações após a votação do projeto. Nossa prioridade é entregar à população das Bahamas o melhor modelo possível”, afirmou o ministro.
Campbell também revelou que o governo está realizando uma auditoria de terras e pretende destinar cerca de 25 acres para produtores que atendam aos critérios exigidos para atuar no setor de cannabis medicinal. A iniciativa busca fomentar a participação de pequenos agricultores e fortalecer a cadeia local de suprimento.
O ministro ressaltou ainda que mantém conversas com o ministro da Saúde, Dr. Michael Darville, e outros membros do governo para definir a estrutura da autoridade reguladora do setor, cuja formalização deve ocorrer nas próximas semanas.
A legislação aprovada nas Bahamas autoriza o uso medicinal da cannabis, mas foi criticada por setores da sociedade civil por não contemplar reparações históricas, especialmente em relação às comunidades Rastafári, que tradicionalmente utilizam a planta como parte de seus rituais religiosos e filosóficos.