O conselho regulatório do Novo México deu uma aprovação preliminar para incluir a dificuldade de orgasmo feminino (DOF) como uma condição qualificável para o programa de maconha medicinal do estado. Em uma votação realizada na segunda-feira, o Conselho Consultivo de Cannabis Medicinal votou 7–2 a favor da recomendação. A decisão ainda não torna a DOF uma condição oficialmente reconhecida, já que o secretário de saúde do estado deve revisar a proposta antes de aprová-la, negá-la ou modificá-la.
De acordo com um comunicado do Centro de Cannabis Medicinal do Departamento de Saúde do Novo México, a recomendação foi feita em resposta a esforços de defensores da saúde sexual, como Suzanne Mulvehill, sexóloga clínica que vem liderando campanhas para que a DOF seja reconhecida em outros estados. “Estou muito satisfeita com o progresso no Novo México”, disse Mulvehill ao *Marijuana Moment*. Ela destacou que estados como Connecticut e Illinois também estão discutindo a inclusão da DOF em seus respectivos programas de maconha medicinal.
Mulvehill ressaltou a gravidade da condição, que afeta milhões de mulheres globalmente e ainda não possui tratamentos convencionais eficazes. Nos Estados Unidos, o uso de cannabis como possível tratamento para a DOF tem ganhado força. Pesquisas publicadas por Mulvehill e Jordan Tishler, médico da Associação de Especialistas em Canabinoides, indicam que mais de 70% das mulheres que enfrentam dificuldades em atingir o orgasmo relataram melhora na facilidade e frequência dos orgasmos com o uso de cannabis. Dois terços também relataram maior satisfação.
Outros estados, como Oregon e Arkansas, estão atualmente considerando a inclusão da DOF em suas legislações. Em Oregon, uma reunião pública virtual foi realizada recentemente, e o estado aceita comentários do público até sexta-feira. No Arkansas, as autoridades estão recebendo opiniões até 14 de outubro.
A campanha pelo reconhecimento da DOF conta com o apoio de uma rede internacional de pesquisadores e defensores, como Rebecca Andersson, que promoveu o uso de cannabis após dificuldades sexuais resultantes de um tratamento contra o câncer. Pesquisadores dos EUA e Europa também têm contribuído com estudos que demonstram os benefícios da cannabis para melhorar a qualidade dos orgasmos em pessoas com DOF.
Mulvehill, que também trabalha com advocacia e educação sobre o tema, está desenvolvendo programas de treinamento para terapeutas que desejam incorporar a cannabis em suas práticas. Além disso, ela planeja lançar um podcast chamado *The Orgasm Hour* ainda este ano. Ela também apresentará pesquisas sobre cannabis e orgasmos femininos em uma conferência da *Society for Cannabis Clinicians* no próximo dia 12 de outubro.
A proposta no Novo México é vista como um passo significativo para o avanço de tratamentos com cannabis voltados à saúde sexual feminina nos EUA.
Com informações do Marijuana Moment.