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Empresas da cannabis doam mais de US$ 1 milhão para Trump, mas reforma federal segue emperrada

by Redação

Trulieve e Curaleaf financiaram cerimônia de posse de Trump, mas promessa de avanços no setor ainda não se concretizou

Doações milionárias vindas da indústria da cannabis marcaram a posse de Donald Trump em seu segundo mandato como presidente dos Estados Unidos. Segundo registros da Comissão Federal de Eleições (FEC), a gigante Trulieve contribuiu com US$ 750 mil para o comitê inaugural. Já a Curaleaf, por meio do U.S. Cannabis Council (USCC), destinou US$ 250 mil, totalizando ao menos US$ 1 milhão em apoio direto ao novo governo.

A CEO da Trulieve, Kim Rivers, inclusive, esteve pessoalmente com Trump antes de ele declarar apoio à proposta de legalização da cannabis na Flórida — campanha financiada pela própria empresa, mas que acabou não sendo aprovada.

Apesar dos acenos feitos durante a campanha, como o apoio à reestruturação da cannabis na classificação federal e à liberação do acesso bancário para empresas do setor, Trump ainda não se pronunciou publicamente sobre o tema desde que tomou posse.

Mesmo com o forte investimento financeiro e o lobby articulado nos bastidores, a tão esperada reforma federal da cannabis parece estar longe de se concretizar. A reestruturação da cannabis na lista de substâncias controladas, que vinha sendo conduzida pela DEA (agência antidrogas), está atualmente paralisada — e sem previsão de retomada.

O cenário se complica ainda mais com a escolha de Terrance Cole para liderar a DEA. Cole tem um histórico de posicionamentos alarmistas sobre a cannabis, associando seu uso ao suicídio entre jovens. Já o atual administrador interino, Derek Maltz, vem fazendo declarações polêmicas, ligando a maconha a tiroteios em escolas e afirmando que o Departamento de Justiça “sequestrou” o processo de reclassificação da planta.

Indústria dividida e eleitores frustrados

Enquanto isso, a base republicana parece mais progressista que seus representantes: uma pesquisa recente mostrou que 67% dos eleitores do Partido Republicano apoiam a reclassificação da cannabis, e até mesmo defendem que os estados tenham autonomia para legalizar sem interferência federal.

Ainda assim, a reforma não faz parte da agenda prioritária da nova gestão Trump, de acordo com porta-vozes da Casa Branca. A ausência de ação tem frustrado defensores da causa — inclusive ex-prisioneiros por crimes relacionados à cannabis que receberam clemência de Trump em seu primeiro mandato e agora pedem a mesma oportunidade para quem segue encarcerado.

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