Proposta bipartidária busca enfrentar os riscos do mercado ilícito, gerar empregos e fomentar a economia agrícola
A legalização da cannabis pode se tornar uma aliada importante no combate à crise do fentanil, segundo a deputada estadual Emily Kinkead, da Pensilvânia (EUA). Em entrevista ao canal WHTM-TV, Kinkead explicou que a regulação do mercado canábico daria mais segurança aos consumidores, especialmente diante do crescimento de casos em que produtos ilícitos são adulterados com substâncias letais, como o fentanil.
“Estamos vendo cada vez mais drogas no mercado ilegal — não apenas cannabis ou opioides — que estão contaminadas com fentanil”, afirmou a parlamentar. “Legalizar a cannabis nos permite dizer às pessoas o que elas estão comprando e garantir que podem confiar nisso.”
A declaração vem dias após Kinkead e a deputada republicana Abby Major divulgarem um memorando buscando apoio para um novo projeto de legalização da cannabis para uso adulto na Pensilvânia. O texto ainda não foi apresentado oficialmente, mas os objetivos incluem:
- Combater o mercado ilegal;
- Corrigir injustiças da criminalização;
- Incentivar um setor inclusivo;
- Estimular o setor agrícola;
- Gerar receita pública e empregos sustentáveis.
Segurança pública, justiça social e economia
Além da questão da saúde pública, a deputada destaca o potencial econômico do setor regulado. Segundo ela, a legalização poderia gerar até 30 mil novos empregos — muitos deles na agricultura e em negócios familiares.
“Precisamos de novas fontes de receita”, disse Kinkead. “E essa legalização pode trazer empregos estáveis e sustentáveis para milhares de famílias.”
Embora a proposta tenha apoio bipartidário e conte com suporte crescente entre os eleitores, o avanço ainda depende de negociações dentro da legislatura. O governador democrata Josh Shapiro também defende a regulação, mas admite que será um “grande desafio” diante da resistência de parte da bancada republicana.
Por outro lado, há sinais de mudança: alguns parlamentares do Partido Republicano têm demonstrado interesse em “tomar a frente” do debate — reconhecendo o apelo popular da pauta.
A proposta também é vista como uma forma de estimular o consumo responsável, afastando adultos do mercado ilícito e evitando viagens para estados vizinhos onde a cannabis já é legalizada.
Outra medida complementar em tramitação permitiria que agricultores e pequenos produtores locais vendessem cannabis para processadores licenciados, fortalecendo a economia regional e garantindo mais autonomia às comunidades rurais.
Enquanto isso, a Pensilvânia também avança no aprimoramento de seu programa de cannabis medicinal — em vigor desde 2016 — com novas propostas para reforçar testes laboratoriais, inspeções e auditorias de produtos, garantindo mais segurança aos pacientes.