A primeira edição da We Expo, uma feira dedicada ao debate sobre o uso medicinal e cultural da cannabis, que estava programada para acontecer neste último sábado, 9, em Campinas, São Paulo, foi cancelada.
O motivo foi que o alvará para a realização do evento foi indeferido a pedido do vereador Nelson Hossri junto à Secretaria Municipal de Urbanismo de Campinas. Em um ofício enviado à pasta, Hossri baseou sua solicitação na legislação municipal que rege as regras para a realização de eventos na cidade.
Em declarações feitas em suas redes sociais, o vereador expressou seu forte desacordo com o tema da We Expo, rotulando-o como “apologia ao uso de maconha” e enfatizando que não permitiria esse tipo de celebração em Campinas. Seu posicionamento contrário à cannabis e sua oposição ao evento foram vistos como parte de seu movimento proibicionista na cidade.
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O cancelamento da We Expo trouxe frustração para muitos empresários, inscritos e interessados no evento, que esperavam aprender mais sobre os benefícios medicinais da cannabis e contribuir para a discussão em curso sobre a regulamentação e o acesso à planta no Brasil.
A organização do evento declarou que atualmente está consultando advogados sobre a melhor forma de resolver a questão e que em breve se pronunciará para confirmar se o dinheiro dos ingressos será devolvido ou se o evento será realizado em outra data.
O cancelamento da We Expo traz à tona o preconceito e a falta de informação que ainda cercam o uso medicinal da cannabis no Brasil. Muitos defensores do tratamento acreditam que eventos como a We Expo são essenciais para educar o público e desmistificar a planta, promovendo um debate informado e equilibrado sobre seus benefícios terapêuticos.
Vereador quer proibir a Marcha da Maconha na cidade
O vereador protocolou no início do ano um projeto de lei na Câmara de Campinas que proíbe eventos e reuniões que fazem apologia ao consumo de drogas. O texto quer vetar, por exemplo, a realização da Marcha da Maconha.
No argumento do autor da proposta, “a Constituição prevê o livre direito à manifestação”, mas o objetivo de eventos como a marcha “não é discutir sobre a legalização ou não das drogas, e sim fazer clara apologia ao seu uso”. A intenção é combater substâncias “ilícitas que causam dependência física ou psíquica”.
Hossri preside a Comissão Permanente de Políticas de Prevenção às Drogas e diz se embasar no próprio conhecimento de anos na área de dependência química para justificar o texto.
Saiba mais sobre a We Expo
O evento foi programado para ocorrer em uma área verde de 10 mil metros quadrados na cidade, onde especialistas estariam presentes para ministrar palestras sobre diversos tópicos, incluindo autocultivo terapêutico, legislação, redução de danos, uso veterinário da cannabis, entre outros. Além disso, headshops e growshops planejavam exportar produtos relacionados ao cultivo e uso medicinal da maconha. Mais informações através das redes sociais da We Expo.
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