Lenda da música country americana, Willie Nelson segue defensor da cannabis, agora com foco em comestíveis e bebidas infusionadas com THC
Ícone da contracultura e uma das vozes mais respeitadas do country norte-americano, Willie Nelson, 92 anos, revelou que deixou de fumar maconha — mas segue utilizando a planta em outras formas. Em entrevista à revista Forbes, o cantor contou que a decisão foi motivada por recomendações médicas, e que agora consome apenas comestíveis e bebidas infusionadas com THC, o principal composto psicoativo da cannabis.
“Meus pulmões já disseram: ‘não faça mais isso’”, disse Nelson, com o bom humor de sempre.
Mesmo com a mudança na forma de consumo, o artista permanece como uma das figuras públicas mais engajadas na pauta da legalização e normalização do uso da cannabis. Ele é fundador da marca Willie’s Remedy, voltada para produtos derivados da planta, como chás, cafés e infusões com canabinoides.
Segundo o músico, a aceitação do público aos novos formatos canábicos tem sido excelente. “Pelo que vejo e ouço, as pessoas estão gostando. Está ficando bem popular por aí.”
Willie Nelson nunca escondeu sua relação com a maconha. Ao longo das décadas, ele foi uma das vozes mais influentes na defesa da legalização e do uso responsável da planta. Em 2019, já havia anunciado que deixaria de fumar, mas seguiria fazendo uso medicinal e recreativo da cannabis em outros formatos.
Sua marca é hoje referência no mercado legal de cannabis dos Estados Unidos, alinhando bem-estar, tradição e ativismo em um só produto.
Episódios históricos: do telhado da Casa Branca a Amsterdã com Snoop Dogg
A trajetória de Nelson com a maconha inclui histórias lendárias. Em entrevista à revista PEOPLE em 2023, ele relembrou um famoso encontro com o rapper Snoop Dogg, em Amsterdã, onde os dois visitaram coffeshops como The Bulldog e Gray Area.
“Adoro o Snoop. Somos grandes amigos há muito tempo. Foi muito divertido passar um tempo com ele lá”, contou.
O rapper chegou a afirmar que Nelson foi uma das poucas pessoas no mundo que conseguiram “vencê-lo” em uma sessão de consumo de cannabis.
Outro episódio curioso foi revelado pelo ex-presidente dos EUA, Jimmy Carter, que afirmou que Nelson fumou maconha no telhado da Casa Branca com um de seus filhos — um marco simbólico da presença do ativismo canábico até nos espaços mais tradicionais do poder.
Mesmo próximo de completar um século de vida, Willie Nelson segue ativo. Seu álbum mais recente, Oh What a Beautiful World, lançado em abril, traz mensagens de otimismo e esperança, que segundo ele, são urgentes para o mundo atual.
“Acho que é hora de tentar fazer as pessoas felizes, falar sobre coisas boas e ser positivo.”
Quando perguntado sobre o que ainda o move, a resposta é direta: “Tocar música. Gosto de ver as pessoas se reunirem e esquecerem de tudo, exceto da música. Há uma troca de energia muito boa que acontece.”
A conexão entre arte, bem-estar e cannabis é um traço constante em sua carreira — um lembrete de que o uso da planta, em suas diversas formas, pode ser parte de uma vida longa, produtiva e significativa.