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Trump se diz ‘pronto’ para impor pena de morte a traficantes de drogas ilícitas, chamando política de ‘muito humana’

by Redação

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a defender a execução de pessoas envolvidas com o tráfico de drogas ilícitas, considerando essa política como uma medida “muito humana” para combater as mortes por overdose. Trump afirmou que está “pronto” para implementar essa proposta durante um novo mandato, caso seja reeleito.

Em um evento na Casa Branca, acompanhado por governadores de diferentes estados americanos, o governador da Carolina do Sul, Henry McMaster, expressou preocupação com o tráfico de fentanil, ao que Trump respondeu sugerindo que os EUA adotassem uma medida semelhante à de países como a China, que impõem a pena de morte a quem vende drogas ilegais.

Trump destacou que, apesar de não saber se os Estados Unidos estariam prontos para adotar essa política em nível nacional, ele encorajaria os governadores a avançarem com a medida em nível estadual. “Se você observar, todos os países que aplicam a pena de morte não têm problemas com drogas. Eles executam os traficantes”, afirmou o ex-presidente, reforçando que a medida seria uma forma de proteger a população e salvar vidas.

O presidente ainda argumentou que, de acordo com estimativas, “cada traficante de drogas mata, em média, 500 pessoas”, além dos danos causados a muitas outras. Essa afirmação, porém, carece de dados concretos que comprovem a alegação de que países que aplicam a pena de morte não enfrentam problemas com drogas, especialmente considerando que o fentanil e suas versões sintéticas são comumente exportados da China e não amplamente vendidos no mercado ilegal interno.

Durante o evento, Trump também anunciou um projeto de campanha publicitária de US$ 100 a 200 milhões, voltado para a conscientização sobre os riscos do uso de substâncias, em particular o fentanil. “Quando um jovem assistir a este comercial algumas vezes, eu realmente não acho que ele vai querer usar drogas”, afirmou, confiante de que a campanha pode reduzir em 50% o consumo de drogas no país.

A proposta de Trump é um reflexo de uma plataforma de políticas antidrogas que, embora inclua penas severas, também apresenta uma ambiguidade, já que o ex-presidente, em outras ocasiões, se posicionou a favor da reforma relacionada à maconha. A incoerência de suas declarações sobre a política de drogas não passou despercebida, especialmente quando, em 2023, ele foi confrontado com o fato de que a sua proposta de pena de morte para traficantes poderia afetar pessoas que ele mesmo havia libertado, como Alice Johnson, uma mulher que havia sido condenada por tráfico de cocaína e recebeu um perdão presidencial de Trump.

Além disso, em um cenário mais amplo, o presidente está nomeando figuras com posturas variadas sobre a política de drogas. Recentemente, ele indicou um oficial conhecido por sua posição contra a cannabis para liderar o Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS), o que gerou controvérsias e preocupações sobre a influência de novos nomeados nas futuras políticas sobre a maconha, especialmente após uma recomendação do HHS sob a administração de Biden para reclassificar a cannabis.

Essas movimentações acontecem em um momento de crescente debate nos Estados Unidos sobre a legalização da maconha, com algumas figuras do governo, como o secretário de HHS, Robert F. Kennedy Jr., expressando apoio à pesquisa sobre os impactos da cannabis, mas ao mesmo tempo manifestando preocupações sobre os danos potenciais de sua normalização.

Embora Trump tenha prometido uma campanha massiva para combater o uso de drogas durante seu primeiro mandato, sua recente ênfase em políticas extremas, como a pena de morte, acrescenta um novo e polêmico capítulo à sua abordagem já conflituosa em relação ao combate às drogas no país.

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