O mercado legal de cannabis de Nova York está prestes a alcançar um marco importante, com as vendas de produtos ultrapassando a marca de US$ 1 bilhão até o final de 2024. Até a última semana, o total de vendas no estado estava em US$ 863,9 milhões, um aumento significativo em relação aos US$ 500 milhões registrados em agosto, segundo dados do Escritório de Gestão de Cannabis (OCM). Autoridades prevêem que o valor será superado até dezembro.
John Kagia, diretor de políticas do OCM, comentou ao New York Post, que foi o primeiro a relatar esse feito iminente: “Esses números indicam claramente que Nova York está aberta para negócios. Há um grande ímpeto por trás do mercado atualmente.”
Após um início lento marcado por processos judiciais e outros atrasos, as vendas de maconha legal no estado começaram a crescer substancialmente nos últimos meses. De acordo com os reguladores, isso se deve à abertura de mais empresas licenciadas e a uma ação bem-sucedida contra lojas não licenciadas. Em 2023, autoridades de Nova York lançaram a “Operação Cadeado”, uma iniciativa de fiscalização destinada a fechar estabelecimentos ilegais. Desde então, as lojas licenciadas que estavam em funcionamento antes da operação viram suas vendas aumentarem em 105%, segundo uma pesquisa do OCM.
Um porta-voz da governadora Kathy Hochul afirmou ao Post que as ações de fiscalização em todo o estado resultaram no fechamento de mais de 1.000 dispensários ilegais. “As políticas dela ajudaram a transformar a indústria, aumentar a receita para os negócios locais e impulsionar reinvestimentos nas comunidades mais afetadas pelos danos históricos do sistema de proibição—tudo isso enquanto se constrói o mercado de cannabis mais equitativo do país”, afirmou o porta-voz.
O escritório do Comissário de Contabilidade de Nova York, Tom DiNapoli, indicou que o estado está no caminho para dobrar a receita obtida com a maconha em 2023. Até junho de 2024, o estado arrecadou US$ 16,6 milhões em receitas com a cannabis.
Apesar do crescimento, o New York Post observa que o estado ainda fica atrás de muitos outros estados com mercado de maconha legal. Nova York tem atualmente 245 lojas licenciadas, enquanto Oklahoma conta com 1.900. Além disso, enquanto os residentes de Nova York gastam menos de US$ 50 por pessoa com cannabis, estados como Alasca e Michigan apresentam vendas de mais de US$ 300 por residente.
Um relatório de autoridades estaduais divulgado neste ano destacou tanto as dificuldades quanto os sucessos do lançamento do mercado de maconha em Nova York. O relatório revelou que mais de 54% das licenças para uso adulto foram concedidas a candidatos de equidade social e econômica, alinhando-se com o objetivo da lei de legalização de proporcionar oportunidades para aqueles mais prejudicados pela proibição. Além disso, dois terços dos consumidores de cannabis em Nova York disseram que compraram seus produtos em lojas legais.
A legalização também resultou na anulação de mais de 200.000 condenações criminais relacionadas à cannabis, com outras 107.000 aguardando a anulação. A lei de regulação e tributação da maconha (Marihuana Regulation and Taxation Act) também garante que nenhuma pessoa no estado permaneça encarcerada exclusivamente por um crime relacionado à maconha.
Embora o processo ainda enfrente desafios, a agência OCM segue refinando seus métodos de coleta de dados, aprimorando o atendimento ao cliente, e trabalhando na educação do consumidor, além de focar na saúde pública e no fechamento do mercado ilícito.
A governadora Kathy Hochul celebrou o marco dos US$ 500 milhões em vendas de maconha legal no estado, destacando os esforços para combater as lojas ilegais. Porém, o valor ainda é modesto em comparação com outros estados, como Illinois, que gerou cerca de US$ 2 bilhões em vendas no mercado de cannabis em 2023.
Enquanto isso, o governo de Nova York continua promovendo políticas de sustentabilidade ambiental, com o lançamento de novas regras para o cultivo pessoal de cannabis e a introdução de um projeto de lei para legalizar o psilocibina para adultos. O estado também anunciou planos para investir até US$ 5 milhões em subsídios provenientes da receita tributária da cannabis, com o objetivo de reinvestir nas comunidades mais afetadas pela guerra contra as drogas.