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No país do Rivotril, CBD é uma saída natural para tratar a ansiedade

by Redação

Um dado cada vez mais alarmante vem me causando preocupação: a cada hora, em média, cerca de 5 mil caixas de remédios tarja preta são utilizados para controlar a ansiedade. Segundo um levantamento do portal R7, em 2020 as vendas desses remédios cresceram 4,26% em relação a 2019, total de 47,3 milhões de caixas. O Clonazepam, nome medicinal do Rivotril, é o mais vendido no Brasil, com mais de 10 milhões de caixas anualmente (47%). Em seguida vem o Alprazolam (Frontal) e o Bromazepam (Lexotan).

De acordo com a OMS, Organização Mundial de Saúde, o Brasil é considerado o país mais ansioso do mundo e o quinto mais depressivo. A ansiedade afeta 18,6 milhões de brasileiros e o Rivotril – nome comercial mais famoso do clonazepan -, tem sido a saída mais buscada por médicos e pacientes no país. 

O clonazepan é  um medicamento ansiolítico pertencente à família dos benzodiazepínicos. É usado para tratar distúrbios de pânico, ansiedade severa e convulsões e devido ao efeito sedativo, ele inibe as funções do sistema nervoso central.

Apesar de ser o medicamento mais vendido para o tratamento da ansiedade, a lista de eventos adversos do clonazepam são inúmeros:

● Sonolência
● Dor de cabeça
● Cansaço
● Alteração de memória
● Depressão
● Vertigem
● Irritabilidade
● Insônia
● Dificuldade para coordenar movimento ou caminhar
● Perda de equilíbrio
● Náuseas
● Dificuldades de concentração

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Ao observarmos os mais recentes estudos sobre o canabidiol e o seu papel no tratamento da ansiedade, notamos que ele pode ter uma atuação importante e, sem um dos principais eventos adversos causados por medicamentos como o clonazepam: não vicia.

Em termos um pouco mais técnicos, o CBD interage com vários receptores que são conhecidos por regular as respostas de medo e ansiedade no cérebro, como: o receptor canabinoide CB1, o receptor de serotonina 5-HT1A e o receptor de potencial vaniloide tipo 1 do receptor transitório (TRPV1). Os mecanismos exatos pelos quais o CBD interage com esses receptores e ajuda a melhorar os sintomas da ansiedade são chamados de efeito “ansiolítico”.

O receptor 5-HT1A é um alvo comum para medicamentos que buscam combater a ansiedade. O receptor é encontrado nos neurônios dentro do cérebro, onde atua como um receptor pós-sináptico que promove o controle da ansiedade e modera a resposta do cérebro ao estresse e ao pânico. O CBD pode se ligar diretamente a esse receptor, desempenhando assim um papel ativo em ajudar o cérebro a lidar com a ansiedade.

Ou seja, o canabidiol aliado, também, a uma boa qualidade de vida – como a prática de esportes, yoga, meditação e com uma alimentação mais balanceada -, pode trazer resultados satisfatórios no combate à ansiedade. E, diferentemente dos remédios tradicionais citados aqui, como o Rivotril, no qual os efeitos colaterais fazem com que o paciente necessite consumir outros remédios, o canabidiol possibilita um tratamento mais limpo de fármacos.

Dores de cabeça e enxaquecas são comuns em pessoas que sofrem de depressão e ansiedade. O óleo com canabidiol reduz essas dores ao mesmo tempo que trata as causas subjacentes, por isso cura os sintomas e a doença. O óleo consegue tudo isso sem induzir uma resposta psicoativa, tolerância ou dependência..

Interações medicamentosas

Uma das perguntas que mais recebo é: posso utilizar o CBD mesmo fazendo uso de Rivotril ou outros medicamentos tarja preta. E a resposta é: pode. Mas, com acompanhamento médico.

É necessário estar sempre atento às interações medicamentosas e, com o canabidiol não é diferente.

Muitos medicamentos são decompostos por enzimas no fígado, e o CBD pode competir ou interferir nessas enzimas, levando a uma quantidade excessiva ou insuficiente da droga no corpo, o que chamamos de concentração alterada. Ela pode fazer com que o medicamento não funcione ou aumente o risco de efeitos colaterais.

De acordo com uma publicação da Harvard Health Publishing: “Embora geralmente considerado seguro, o CBD pode causar sonolência, tontura, náusea, diarreia, boca seca e, em casos raros, danos ao fígado. Tomar CBD com outros medicamentos que tenham efeitos colaterais semelhantes pode aumentar o risco de sintomas indesejados ou toxicidade.

Em outras palavras, tomar CBD ao mesmo tempo com medicamentos de venda livre ou prescritos e substâncias que causam sonolência, como opióides, benzodiazepínicos (como Xanax ou Ativan), antipsicóticos, antidepressivos, anti-histamínicos (como Benadryl) ou álcool pode levar a aumento da sonolência, fadiga e, possivelmente, quedas acidentais e acidentes ao dirigir.

O aumento da sedação e cansaço também pode ocorrer ao usar certos suplementos de ervas, como kava, melatonina e erva de São João. Tomar CBD com estimulantes (como Adderall) pode levar à diminuição do apetite, enquanto tomá-lo com o medicamento para diabetes metformina ou certos medicamentos para azia (como Prilosec) pode aumentar o risco de diarreia.”

O canabidiol pode ser utilizado no ‘desmame’ dos medicamentos ansiolíticos controlados, o que trará inúmeros benefícios ao paciente. Mas, isso deve ser feito com o acompanhamento médico. Ele saberá a dose do canabidiol e os melhores horários para evitar sobrecarga no fígado e diminuir o risco das interações medicamentosas.

Mas, sim, podemos reverter este quadro que está no Brasil. Ao invés de vendermos 5 mil caixas de medicamentos que podem causar diversos eventos adversos ao paciente, por que não utilizarmos um óleo de uma planta, cujos eventos adversos são infinitamente menores?

*Dra. Amanda Medeiros Dias (Crm 39.234 PR) é médica formada em 2017, com pós-graduação em pediatria e nutrologia pediátrica e, atualmente, está cursando Psiquiatria Infantil pelo CBI Miami. Possui Certificação Internacional Green Flower de Medicina Endocanabinoide. Tem experiência na prática clínica com crianças e adultos, visão integrativa olhando o paciente como um todo, possui experiência prática mesclando medicina com aromaterapia e cromoterapia, com foco na visão holística. Além de prescritora, é paciente de cannabis medicinal desde 2018. Também é diretora técnica no Instituto Coração Valente e médica voluntária em projetos da UNA (Unidos pela Amazônia).

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