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Psilocibina: Uma proposta terapêutica no tratamento de TDAH no adulto

by Redação

Por Lucas Cury

A psilocibina, uma substância psicodélica com ação serotoninérgica conhecida por induzir efeitos psicoativos agudos, vem recebendo atenção por seu potencial notável no tratamento de transtornos neuropsiquiátricos, especialmente o transtorno depressivo maior com efeitos antidepressivos rápidos e sustentados em ensaios clínicos, levando à sua designação como Terapia Inovadora pela FDA em 2019.

Os efeitos terapêuticos dos antidepressivos acreditam estar relacionados à neuroplasticidade estrutural no córtex frontal — uma região cerebral criticamente envolvida na regulação do humor. Depressão e estresse correlacionam-se com déficits sinápticos nessa área, incluindo redução na arborização dendrítica e na densidade de espinhas. 

De acordo com um estudo publicado em 2021 pela revista Neuron intitulado “Psilocybin induces rapid and persistent growth of dendritic spines in frontal cortex in vivo” por Ling-Xiao Shao e equipe, a psilocibina eleva as taxas de formação de espinhas logo após a administração, sem afetar as taxas de eliminação. Cerca de metade das novas espinhas persistiram após 7 dias, e aproximadamente um terço após 34 dias do tratamento, diminuindo a formação estável de sinapses.

O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade.

Estudos científicos mostram que portadores de TDAH têm alterações na região frontal e as suas conexões com o resto do cérebro. A região frontal orbital é uma das mais desenvolvidas no ser humano em comparação com outras espécies animais e é responsável pela inibição do comportamento (isto é, controlar ou inibir comportamentos inadequados), pela capacidade de prestar atenção, memória, autocontrole, organização e planejamento.

Em suma, evidencias aponta para o uso da psilocibina como melhora gradual da função do pré-frontal através da construção-como linha e aguda- na região usualmente prejudicada no portador de TDAH em contrários aos alopáticos convencionais utilizados de efeito mais efêmero.

Ressalta-se que o uso no Brasil ainda não consta no rol de prescrições permitidas pela ANVISA e mais estudos precisam ser realizados.

*Dr. Lucas Cury é médico pós-graduado em neurologista, especialista no uso da cannabis medicinal como ferramenta terapêutica para diversas condições neurológicas. “Minha abordagem é baseada em ciência, segurança e personalização do tratamento, sempre focada na melhora da qualidade de vida dos meus pacientes. Com anos de experiência, combino tecnologia, pesquisa e atendimento humanizado para oferecer soluções eficazes para doenças como epilepsia, dor neuropática, Parkinson, Alzheimer, esclerose múltipla, autismo e distúrbios do sono”.

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