Pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) iniciaram um estudo clínico para investigar os efeitos do óleo de canabidiol (CBD) no alívio dos sintomas da Síndrome da Ardência Bucal (SAB), uma condição crônica que causa dor intensa e desconforto na mucosa oral. O estudo será conduzido pelo doutorando Guilherme Klein Parise, sob orientação da professora Juliana Lucena Shussel, no Programa de Pós-Graduação em Odontologia da universidade. Para participar do estudo, basta preencher o formulário.
A SAB afeta principalmente mulheres pós-menopáusicas e é caracterizada por uma sensação de queimação na língua e outras partes da boca, sem lesões visíveis. Além da dor, os pacientes frequentemente relatam outros sintomas, como boca seca, alteração do gosto e sensação de corpo estranho. Embora tratamentos como antidepressivos e ansiolíticos sejam comuns, os resultados nem sempre são eficazes, levando pesquisadores a buscar novas abordagens terapêuticas.
O óleo de CBD tem ganhado destaque na medicina devido às suas propriedades analgésicas, anti-inflamatórias e neuroprotetoras. Diversos estudos sugerem que o CBD pode ser uma alternativa eficaz para o alívio da dor crônica e para o tratamento de condições neuropáticas, como a SAB.
O principal objetivo da pesquisa é avaliar a eficácia do óleo de CBD na redução dos sintomas da SAB. Além disso, os pesquisadores irão investigar a diminuição da sensação de ardência bucal, os possíveis efeitos colaterais do CBD e a melhora na qualidade de vida dos pacientes após o uso contínuo do tratamento.
Método de pesquisa
O estudo será conduzido com dois grupos de pacientes. O grupo experimental receberá 2 gotas de óleo de CBD full spectrum (5mg), administrado duas vezes ao dia por 24 semanas, com titulação gradual da dose conforme a resposta do paciente. O grupo controle receberá um placebo, composto por óleo de cocô sem CBD, com características e sabor semelhantes ao do óleo de CBD, também administrado por 24 semanas.
Os participantes devem ser adultos diagnosticados com SAB, com diagnóstico clínico e laboratorial, incluindo exames de hemograma e glicemia. Pacientes com histórico de hepatopatia, uso de anticoagulantes ou esquizofrenia na família serão excluídos do estudo.
Este estudo é considerado promissor, uma vez que busca oferecer uma alternativa segura e eficaz para o tratamento da SAB, uma condição que ainda não tem um protocolo terapêutico amplamente aceito. O uso do CBD pode abrir novas possibilidades de tratamento, especialmente devido ao seu perfil de segurança e aos benefícios comprovados para diversas condições de dor crônica.
A pesquisa está alinhada com o crescente interesse em terapias baseadas em canabinóides para o tratamento de dores orofaciais e distúrbios neurológicos, representando um avanço na busca por opções mais eficazes e menos invasivas para pacientes que enfrentam essa síndrome debilitante.
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