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‘Instituto Olívia’ esbarra na burocracia e preconceito

Capitaneado pelo chef Henrique Fogaça, instituto oferecerá tratamentos com cannabis à crianças com doenças raras

by contato

Não é novidade que a cannabis medicinal e seus compostos — CBD, THC , entre outros — os benefícios para a saúde física e emocional de milhares de pessoas. Também não é de hoje que ouvimos falar que o chef de cozinha Henrique Fogaça decidiu criar o “Instituto Olívia”, projeto que irá disponibilizar tratamentos à base de cannabis medicinal para famílias carentes que possuam membros com doenças raras. Para que o projeto saia do papel de fato,  Fogaça uniu forças a  dona página da Mães da Canna , Embaixadora da Paz pelo Rotary Internacional Brasil e Conselheira das 1000 cabeças ONU Francis Mayry.

Em 2013, Mayry foi diagnosticada com degeneração macular no olho direito . A doença na mácula, que ocorre na região central da retina. Por conta da falta de funcionamento das células, começa a haver uma progressiva perda de visão central.
Após iniciar o tratamento com cannabis, Francis decidiu estudar genética de sementes, sistema de cultivos e extração. “Viajei para a Colômbia, Paraguai e estados norte americanos para aprender sobre a planta. E depois desse período de aprendizado, decidi unir meus projetos sociais voltados para o núcleo de mulheres em estado de vulnerabilidade com o meu entusiasmo pela medicina canábica”, revela. Mayry afirma que se atentou a mães com crianças que convulsionavam de 300 a 500 vezes por dia. “Entrei no mundo dessas mulheres e percebi que isso não era raro. Existem milhares de exemplos extremos como estes no Brasil inteiro. Por isso, decidi montar o ‘Mães da Cannabis’ em prol dessas pessoas. Enfrentamos preconceitos, mas o movimento ficou forte em vários estados.”

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No meio da sua trajetória, Francis conheceu Patricia Lanzoni, a assessora do chef Henrique Fogaça. “Ela me contou a história da filhinha dele que sofre com um tipo raro de epilepsia e aquilo me comoveu. Por isso, perguntei a ela se eles não queriam experimentar a medicina canábica”, esclarece. Os resultados não poderiam ser melhores para a pequena Olívia. “Com 11 anos, ela não tinha expressões. Após o tratamento, passou a ter. Também notamos que sua musculatura ficou fortalecida”, afirma emocionada. Após o sucesso do tratamento, Fogaça encontrou Mayry pessoalmente para agradecê-la pelo suporte. A partir daí, uma bela parceria se iniciou. “Certo dia, estávamos conversando e eu contei sobre o ‘Mães da Cannabis’. Ele achou incrível. Por isso, decidimos montar o ‘Instituto Olívia’ para dar ainda mais alcance à causa”.

Em que pé está o instituto?
Francis conta que, atualmente, o instituto está documentado e o site do projeto está pronto. Porém, por ser uma pauta polêmica e estarmos em um período econômico delicado, a dupla vem lidando com alguns desafios para captar recursos e patrocinadores. “Perante a legislação brasileira, estamos amparados para seguir adiante. Mas precisamos de recursos para manter a sede. Não podemos inaugurar algo só para ter mídia. Queremos oferecer uma estrutura completa para atender tanto as mães quanto as crianças. Desejamos ter médicos parceiros como neurologistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e psicólogos à disposição de todos. Mas para isso, é necessário ter uma empresa que patrocine o instituto para que ele não seja apenas mais um no Brasil”, diz a especialista.

Burocracia não irá impedir a criação do instituto
“Já estamos nessa missão há mais de um ano, com muita burocracia no caminho, mas em breve iremos realizar esse sonho que vai ajudar muitas pessoas”, declara Henrique Fogaça. Assim como Francis, ele reitera que a execução do projeto é muito difícil, pois apesar dos benefícios do uso dos óleos canabinoides já estarem comprovados a um tempo, ainda há um grande tabu por ser um produto de cannabis. “A ilegalidade do consumo no Brasil apenas intensifica as barreiras políticas. Com isso, o processo de abertura acaba sendo mais demorado do que seria em outros países’, desabafa o chef. Henrique explica que, para conseguir atingir um maior número de pessoas, a equipe por trás do projeto pretende apostar em uma divulgação midiática massiva.

“Existem milhares de pessoas em estado de vulnerabilidade que não conhecem o tratamento ou não têm acesso. E a intenção do instituto é justamente levar a cura às famílias em estado de vulnerabilidade social”, clarifica. Por fim, Fogaça reafirma a sua felicidade em presenciar a melhora de sua filha. “Dá para ver a diferença e melhora nas expressões dela. Olívia tomava muitos remédios, e com a cannabis medicinal, conseguiu realizar o desmame deles aos poucos. Ela também parou de ter crises convulsivas. Para nós, além de ser um grande avanço, é uma felicidade sem tamanho”, conclui.

Fonte: Claudia

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