A Copa do Mundo de futebol acabou e pudemos ver atletas de alto rendimento do mundo em campo em busca da Taça. Ao contrário dos Jogos Olímpicos, onde já vemos atletas fazendo uso do canabidiol, o futebol este tema é um pouco mais recluso.
Embora a cannabis seja proibida pela Agência Mundial Antidoping, não há evidências científicas de que ela possa tornar as pessoas atletas maiores, mais fortes ou mais rápidos. No entanto, ela pode ser uma aliada dos atletas em uma série de fatores que estão sendo observados em ligas norte-americanas, como na NBA.
Uma análise de 2011 conduzida por cientistas, incluindo membros da Agência Mundial Antidoping e do Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas, descobriu que “o uso de cannabis como doping não ajudará a obter uma vantagem competitiva de forma alguma”. Mas a revisão também destacou como a cannabis pode ajudar os atletas a lidar com a ansiedade em situações de alta pressão e “desempenhar um papel importante na extinção de memórias de medo” de eventos atléticos traumáticos.
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A cannabis pode ser tão ou até mais eficaz do que os opioides e analgésicos que a maioria dos atletas costuma tomar. Pessoas não familiarizadas com a cannabis não sabem que ela tem tantas propriedades curativas, principalmente seu efeito anti-inflamatório. A inflamação pode ocorrer após uma lesão no campo e o CBD é especialmente eficaz quando se trata de combater a dor crônica causada pela inflamação, porque o composto pode se comunicar facilmente com os receptores do sistema endocanabinoide.
E a dor é uma companheira constante dos atletas.
Um estudo da Universidade do Colorado concluiu que o uso de cannabis antes do exercício “aumenta a motivação”, bem como “melhora a recuperação do exercício”. A recuperação é enorme, principalmente em esportes que exigem muito do o corpo. Atletas profissionais de futebol, basquete, hóquei, luta e até golfe se manifestaram a favor do uso da cannabis como ferramenta de recuperação, com alguns dizendo que o CBD é suficiente.
Outro fator importante da vida de um atleta de alta performance é o sono. Pode ser difícil ter uma boa noite de sono antes de um evento importante e, como o sono pode ser crucial para o desempenho, uma noite mal dormida pode ser crucial no desempenho.
Um estudo realizado há mais de cinco décadas concentrou-se no desempenho de ratos em labirintos de becos com e sem uso de cannabis. Segundo os autores, os ratos que consumiram maconha antes do teste apresentaram melhores resultados no labirinto. Muitos atletas acreditam que são os canabinoides que os ajudam a se concentrar quando precisam se apresentar.
A cannabis desempenha um papel importante no sono, podendo ajudar a diminuir a ansiedade e a melhorar a qualidade do sono. O CBD tem um efeito calmante no sistema nervoso central, reduzindo a ansiedade ao regular a produção do hormônio do estresse cortisol. Existem até algumas evidências de que o CBD ajuda a eliminar pesadelos em pessoas que sofrem de distúrbios comportamentais do sono REM.
O atleta Rodney Wallace, ex-jogador de futebol que disputou uma Copa do Mundo pela Costa Rica, publicou uma carta dizendo como a cannabis o auxiliou na luta contra a depressão, outro fator que afeta muitos atletas. Megan Rapinoe, estrela do futebol feminino nos Estados Unidos, também é uma entusiasta da utilização da cannabis por atletas.
Embora o THC seja considerado doping pela Agência Mundial Antidoping, o Canabidiol é liberado. E, atualmente, já existem inúmeros produtos com CBD isolado que podem ser utilizados por atletas profissionais como óleos, pomadas e, até mesmo, patches transdérmicos que atuam diretamente no local.
A ciência canabinoide avança constantemente. As grandes ligas norte-americanas já financiam estudos para entender melhor como a cannabis pode ser uma aliada dos atletas e, não mais considerada doping.
Mas, lembre-se, antes de realizar qualquer tratamento com cannabis, consulte sempre o seu médico para entender melhor como ela pode atuar.
Dra. Amanda Medeiros Dias (Crm 39.234 PR) é médica formada em 2017, com pós-graduação em pediatria e nutrologia pediátrica e, atualmente, está cursando Psiquiatria Infantil pelo CBI Miami. Possui Certificação Internacional Green Flower de Medicina Endocanabinoide. Tem experiência na prática clínica com crianças e adultos, visão integrativa olhando o paciente como um todo, possui experiência prática mesclando medicina com aromaterapia e cromoterapia, com foco na visão holística. Além de prescritora, é paciente de cannabis medicinal desde 2018. Também é diretora técnica no Instituto Coração Valente e médica voluntária em projetos da UNA (Unidos pela Amazônia).
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