Uma pesquisa realizada pela Universidade do Novo México (UNM), nos Estados Unidos, aponta que usuários de cannabis são mais empáticos, morais e pró-sociais do que os não usuários. Este é um dos primeiros estudos a mostrar os benefícios psicossociais e não clínicos do uso de cannabis entre jovens adultos saudáveis. O estudo ‘Cannabis consumption and prosociality’ publicado na revista Scientific Reports, analisou o funcionamento psicológico de estudantes universitários saudáveis com níveis variados de tetrahidrocanabinol (THC) na urina.
Em comparação com os não usuários, os jovens adultos com exposição recente à cannabis pontuaram significativamente mais em medidas padronizadas de comportamentos pró-sociais, empatia e tomada de decisões morais baseadas em princípios de garantia de inocuidade e senso de justiça. “A maioria das investigações sobre os efeitos do uso de cannabis se concentrou nas consequências negativas do vício em cannabis ou nos efeitos na saúde física do uso de cannabis. Quase nenhuma atenção científica formal foi dedicada à compreensão de outros efeitos psicológicos e comportamentais do consumo da planta, apesar de ser tão amplamente utilizada ao longo da história humana”, disse o investigador principal e professor assistente Jacob Miguel Vigil, Departamento de Psicologia da UNM.
As recentes descobertas da pesquisa sugerem que a cannabis pode causar uma mudança de autoconceitos mais egocêntricos para um maior senso de altruísmo e responsabilidade de proteger os outros de desfazer danos. Entre os homens, os usuários de cannabis também pontuaram mais alto na dimensão “amabilidade” da personalidade. A maioria das diferenças observadas nas medidas de pró-socialidade entre usuários e não usuários de cannabis foi correlacionada com a duração do tempo desde que os participantes usaram cannabis pela última vez, sugerindo que os efeitos são transitórios.
“A transitoriedade dos efeitos sustenta que a cannabis está provocando mudanças comportamentais e perceptivas, em vez de que usuários e não usuários de cannabis diferem fundamentalmente em suas abordagens básicas para interações sociais”, disse a coautora e professora associada Sarah Stith, do Departamento de Economia da UNM. Usuários e não usuários de cannabis não mostraram diferenças nas medidas de raiva, hostilidade, confiança nos outros, interpretação de ameaça facial, as outras quatro dimensões restantes da personalidade (extroversão, conscienciosidade, estabilidade emocional e abertura) ou tomada de decisão moral fundamentada em princípios de respeito à autoridade e preservação do conceito de pureza.
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