Após o novo marco regulatório da cannabis medicinal e do cânhamo Industrial, as primeiras colheitas experimentais de cultivo em solo argentino foram realizadas por uma empresa nacional. Na Argentina o cultivo dessa espécie estava proibido desde a década de 1980, quando deixou de ser produzida.
Distribuída nas cidades portenhas de Ferré, Chacabuco e Balcarce, esta primeira colheita foi possível graças a um acordo assinado entre o Industrial Hemp Solutions (IHS) e a Universidade de Buenos Aires, cujo objetivo era avaliar diferentes variedades de cânhamo e verificar quais eram mais adequado aos diferentes climas.
“Temos o objetivo de conseguir o crescimento dos cultivos de cânhamo para todos os seus usos legais com a contribuição e inovação de nossas organizações descentralizadas e universidades argentinas”, disse o secretário de Agricultura, Juan José Bahillo, no comunicado.
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Por sua vez, a presidente do Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Alimentar (Senasa) Diana Guillén explicou:“Estamos vendo os primeiros ensaios, como cada uma das variedades responde e trabalhando em novas regulamentações que nos permitam acompanhar o desenvolvimento do setor para seus diferentes usos legais e fortalecer toda a cadeia que tem grande potencial para o país”, disse.
Entenda melhor
A partir de 2019, a Argentina deu um grande impulso para impulsionar sua indústria doméstica de cannabis, principalmente no que se refere à ciência e pesquisa. Naquela época, o Ministério de Ciência e Tecnologia da Argentina assinou um acordo com um governo local, a Universidade Nacional e outras entidades.
Isso foi seguido por um decreto presidencial emitido em 2020 que fornecia uma maneira de os pacientes de cannabis medicinal, em teoria, se inscreverem em um programa do governo para poder cultivar seu próprio medicamento.
Em maio de 2022 , os legisladores da Argentina aprovaram uma medida que criou a estrutura para uma indústria de cannabis medicinal mais robusta no país sul-americano, incluindo disposições para aumentar as exportações em todo o mundo.
Mais tarde, em 2022, o governo estabeleceu uma empresa pública para fornecer sementes, testes e treinamento para a emergente indústria de cannabis medicinal do país.
Saiba mais sobre o cânhamo
O cânhamo pertence à família da cannabis mas tem menos de 3% de THC, substância com efeitos psicoativos e tem aplicações que incluem a indústria alimentícia, usos têxteis, cosmetologia ou usos de construção, entre outros. As fibras podem ser utilizadas em diversos processos como construção civil, celulose, química, energia e automotivo, entre outros, e seu uso pode substituir materiais não renováveis de origem fóssil, reduzindo seu impacto negativo na cadeia de valor.
De acordo com um relatório da ONU, o mercado global de cânhamo pode quadruplicar seu valor estimado para 2020, atingindo US$ 18,6 bilhões até 2027. Atualmente, já são 200.000 hectares cultivados de cânhamo ao redor do mundo, incluindo mercados como Europa, China, Canadá, Estados Unidos e Paraguai, entre outros.
Os grãos provenientes do cultivo do cânhamo são considerados um superalimento, por isso há uma demanda crescente por seus óleos, farinhas e proteínas nos países desenvolvidos.
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