Pesquisa da UNILA, em parceria com a Santa Cannabis, mostra melhora significativa na mobilidade e redução da dor em animais tratados com extrato de cannabis com CBD e THC
Um estudo pioneiro no Brasil acaba de comprovar o que tutores e veterinários progressistas já suspeitavam: a cannabis medicinal é eficaz e segura no tratamento da osteoartrite em cães. A pesquisa foi conduzida pela Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), em colaboração com a associação Santa Cannabis, referência nacional no acesso terapêutico à planta.
Durante 90 dias, 17 cães diagnosticados com osteoartrite, doença degenerativa que afeta principalmente as articulações de animais idosos, foram tratados com um extrato de cannabis contendo canabidiol (CBD) e tetra-hidrocanabinol (THC) em proporções terapêuticas. O acompanhamento clínico seguiu o padrão ouro da metodologia científica e os resultados foram animadores: todos os cães apresentaram redução significativa da dor, melhora na mobilidade e qualidade de vida, sem efeitos adversos graves.
“O estudo comprova que a cannabis é segura e eficaz para tratar a osteoartrite em cães”, afirma o professor Ney Nascimento, coordenador da pesquisa.
Além dos dados científicos, os relatos dos tutores também revelam transformações notáveis. Kelvinson Viana, voluntário no estudo, conta que seu cão Nega, que sofria com dificuldades para se locomover, passou a andar melhor e demonstrar menos desconforto após o início do tratamento com cannabis.
A expectativa é que os resultados completos da pesquisa sejam publicados entre agosto e setembro deste ano na revista científica Frontiers in Pharmacology, uma das mais conceituadas no campo da farmacologia.
Para a Santa Cannabis, associação que forneceu o extrato utilizado na pesquisa, o estudo representa mais um passo importante para consolidar o uso da cannabis medicinal no Brasil — não só para seres humanos, mas também no cuidado com os animais.
“A parceria entre ciência e sociedade civil organizada é fundamental para ampliar o acesso a terapias baseadas em cannabis, com segurança e respaldo técnico”, reforça a entidade.