Pacientes, familiares, médicos, advogados, jornalistas, ativistas e usuários da cannabis medicinal irão promover nesta sexta-feira, 21, atos de protesto contra a nova resolução publicada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em frente aos Conselhos de Medicina em diferentes capitais do Brasil. Conforme os organizadores a resolução não foi tratada com a devida seriedade e respeito tanto com os pacientes que se tratam por conta de diversas outras patologias, quanto com os médicos que têm o direito constitucional de autonomia de escolha da melhor terapia que julgarem interessantes indicar aos seus pacientes. A norma ainda limita a divulgação do conhecimento técnico entre a própria classe médica e a difusão para a sociedade, restringindo estas informações apenas a eventos realizados pela ou através da Associação Médica Brasileira (AMB).
Na capital federal o protesto acontece a partir das 9 horas em frente ao CFM na SGAS 915 Lote 72 na Asa Sul em Brasília. Conforme Thais Saraiva da True Hemp Community, paciente e uma das organizadoras do ato, a manifestação será silenciosa e todos que puderem deverão ir de preto numa referência ao luto da ciência. “As resoluções não podem ir contra os direitos fundamentais e nem contra os anseios da sociedade. Brasília é o local com maior número absoluto de pessoas autorizadas pela ANVISA a utilizar a cannabis medicinal importada seguido de São Paulo. O CFM não pode passar por cima de todas essas evidências médicas e continuar negando a ciência. A vida não espera. Ou a autonomia médica só vale para prescrição de cloroquina?”, questiona.
Também às 9 horas acontecerá o ato em frente ao Conselho Regional de Medicina de São Paulo na Rua Frei Caneca, nº 1282, no bairro Consolação. Vestidos de preto, o grupo pretende entregar uma carta de repúdio. “Nossa intenção com este ato é solicitar que o CFM atue de forma técnica e não política, que a diretoria nomeie pessoas competentes para estudarem os mais de 50 trabalhos científicos publicados nos últimos anos e não utilize como base estudos publicados antes mesmo da data da publicação da última resolução em 2014”, comenta um dos organizadores, o economista e presidente do Instituto CuraPro: Acolhe Vidas, Marco Antonio Carboni.
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No Rio de Janeiro as associações de paciente Apepi e a AbraRio se uniram para convocar seus associados, familiares, amigos e parceiros para um ato nesta sexta-feira, 21, a partir do meio-dia em frente ao Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (CREMERJ), na Praia de Botafogo, 228 em Botafogo. Para as associações a medida do CFM vai na contramão do mundo, desprezando estudos científicos recentes e incontáveis relatos de pacientes que têm suas vidas transformadas com qualidade de vida. “Sem avanços, a resolução é mais que um retrocesso, é antidemocrática. Seremos resistência e seguimos na luta pela liberdade”, afirma Margarete Brito, diretora executiva da Apepi. A presidente da AbraRio Marilene Esperança convida a comunidade a se unir nessa mobilização. “Estão querendo colocar uma mordaça na autonomia dos médicos prescritores e restringir o uso do canabidiol para um pequeno grupo de doenças. Precisamos nos mobilizar para que esse absurdo seja revisto. Venha de branco e junte-se a nós nesta mobilização a favor da saúde e da vida.”
Veja os números no país
- Há mais de 29.879 pesquisas sobre Cannabis na PubMed (uma das maiores bases de dados sobre biomedicina)
- Há no Brasil mais de 100 mil pacientes da Cannabis
medicinal (Anvisa) - 13 milhões de brasileiros poderiam se beneficiar do tratamento à base de Cannabis (fonte Anvisa)
- Mais de 66 mil medicamentos à base de Cannabis foram importados em 2021 (fonte: Anvisa)
- 50 nações já regulamentaram o uso medicinal e industrial da Cannabis/Cânhamo.
- Comitê Olímpico desclassificou o canabidiol (CBD) como doping em 2021.
- 78% dos brasileiros são favoráveis à Cannabis medicinal
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