A sexta-feira, 21, foi marcada por protesto em diversas capitais do país contra restrição imposta ao uso medicinal da cannabis a casos de epilepsias na infância e adolescência que não respondem às terapias convencionais em portadores das síndromes de Dravet e Lennox-Gastaut e do complexo de esclerose tuberosa.
Em São Paulo, familiares, pacientes, médicos e associações foram recebidos pela presidente do Conselho Regional de Medicinal do Estado de São Paulo (CREMESP), Irene Abramovich. A representante se comprometeu juntamente com o conselho a estudar o caso e abrir uma consulta pública para ouvir médicos e pacientes. “O momento é muito importante de união. Ainda teremos um longo caminho pela frente,estamos falando do CFM, mexer com essa estrutura não será fácil,por isso precisamos nos mobilizar , mostrar evidências científicas e questionar esses órgãos. São vidas e cada uma delas é importante. E não vamos parar!”,afirmou a diretora da Associação Maesconhas do Brasil Christiani Di Risio que entregou uma carta com reivindicações em nome do grupo a doutora Irene.
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No Rio de Janeiro o protesto ocorreu em frente à sede do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj), em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro. Na oportunidade o grupo foi recebido pela conselheira Margareth Martins Portella que enfatizou que não haverá perseguição ou cassação de registro de quem estiver infringindo a Resolução do CFM. “Essa mudança infelizmente não se baseia em conhecimentos científicos e sim em interesses da indústria farmacêutica. Estão querendo colocar uma mordaça na autonomia dos médicos prescritores e restringir o uso do canabidiol para um pequeno grupo de doenças. Precisamos nos mobilizar para que esse absurdo seja revisto”, critica Marilene Esperança, presidente da AbraRio.
No Distrito Federal, 20 entidades com representantes de várias regiões do país entregaram um manifesto com artigos e estudos já publicados em revistas científicas sobre o uso da cannabis para o presidente em exercício do conselho, Jeancarlo Cavalcante. Já em Salvador, manifestantes se concentraram em frente ao Cremeb (Conselho Regional de Medicina da Bahia), na Barra e o pedido era para que os pacientes possam continuar tendo acesso a esse tipo de tratamento. Assim como em Pernambuco que um grupo de pais e pacientes estiveram com faixas, cartazes e uma carta com apontamentos ao Cremepe (Conselho Regional de Medicina do Estado de Pernambuco).
Participe da consulta pública
Depois da repercussão, o Conselho anunciou que vai realizar uma consulta pública, aberta à população, mas já adiantou que essa consulta pública não tira a validade da resolução. Os interessados em participar terão até dia 23 de dezembro para apresentar suas sugestões através de uma plataforma eletrônica desenvolvida especificamente para esse objetivo. Na plataforma preparada pelo CFM, o interessado poderá se posicionar sobre cada um dos artigos e parágrafos da Resolução. Para participar, deverá informar alguns dados de identificação, como o seu número de Cadastro Nacional de Pessoa Física (CPF), além de indicar o Estado e município de residência. Após acessar a ferramenta e preencher esses dados, o usuário será automaticamente conectado ao sistema, tornando-se apto a apresentar propostas de alteração ou manutenção de artigos. As informações oferecidas serão tratadas sob os critérios de sigilo e anonimato, servindo de subsídios ao CFM. PARTICIPE CLICANDO AQUI.
Foto: Caio Mattos/AbraRio
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