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Uso de cannabis entre americanos mais velhos quase dobra em três anos, aponta estudo da Universidade de Michigan

by Redação

O uso de cannabis por americanos com 50 anos ou mais quase dobrou nos últimos três anos, segundo um estudo apoiado pela AARP. O levantamento, realizado pela Universidade de Michigan, revela que mais de 1 em cada 5 adultos nessa faixa etária consumiram cannabis no último ano, com a maioria relatando o uso para alívio da dor, melhora do sono, saúde mental e outros benefícios.

De acordo com a pesquisa, 21% dos entrevistados com mais de 50 anos disseram ter usado maconha ao menos uma vez nos últimos 12 meses, enquanto 12% relataram o consumo mensal e 9% semanal. Para os pesquisadores, o aumento do uso da substância entre adultos mais velhos reflete a crescente legalização da cannabis em diversos estados americanos.

Razões para o consumo

Entre os que usaram cannabis, 81% afirmaram buscar relaxamento, 68% utilizam para melhorar o sono, e 64% mencionaram usar a substância simplesmente para aproveitar os efeitos. Além disso, 63% relataram o uso para alívio de dores e 53% para melhorar a saúde mental. “Com o uso de cannabis legalizado em 38 estados e a reclassificação federal em andamento, o consumo deve aumentar”, afirmou Erin E. Bonar, psicóloga especialista em vícios e coautora do estudo.

A AARP destaca que os 21% de usuários representam quase o dobro dos 12% relatados na pesquisa de 2021, e, para Bonar, isso acende um alerta: “Embora o uso esteja crescendo, ainda precisamos de mais dados sobre os riscos e sobre as melhores práticas para o uso seguro”.

Impacto da legalização e preocupações médicas

Os dados são mais elevados em estados como Michigan, que legalizou o uso recreativo da cannabis em 2019. No estado, 27% dos adultos mais velhos afirmaram ter usado maconha no último ano, com 14% relatando consumo semanal e 9% diário.

Jeffrey Kullgren, médico da Universidade de Michigan, ressaltou a importância de discutir o uso de cannabis com profissionais de saúde, devido ao risco de interações medicamentosas: “É crucial que os pacientes informem seus médicos sobre o uso, pois medicamentos prescritos e o álcool podem interagir com a cannabis de maneira inesperada”.

Ainda segundo o estudo, 79% dos entrevistados acreditam que a maconha está mais forte do que décadas atrás, mas Bonar alertou que 21% podem não estar cientes do aumento dos níveis de THC. “Há muitas perguntas sem resposta sobre o uso seguro da cannabis, e a ausência de dados científicos é preocupante”, disse Bonar.

Pesquisas futuras e contexto nacional

Os resultados do estudo ressaltam a necessidade de mais pesquisas sobre o uso de cannabis por adultos mais velhos, especialmente com o avanço da reclassificação federal da substância, que pode permitir a realização de mais estudos clínicos com voluntários humanos.

Outras pesquisas, como um estudo publicado na Drugs and Aging, também apontam para benefícios terapêuticos da cannabis, incluindo melhorias no sono, humor e alívio da dor crônica entre idosos.

Em paralelo, os Institutos Nacionais de Saúde (NIH) anunciaram investimentos de US$ 8,4 milhões para apoiar ensaios clínicos sobre a segurança de terapias assistidas por psicodélicos no tratamento de dor crônica em adultos mais velhos. Esses ensaios incluirão substâncias como psilocibina e LSD, embora a cannabis não esteja incluída nesse estudo específico.

Os dados confirmam que o uso de cannabis está atingindo “níveis históricos” entre os adultos americanos, ao mesmo tempo que permanece estável entre adolescentes, segundo um estudo financiado pelo governo no ano passado.

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