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STF invalida lei do Tocantins que criava cadastro de usuários de drogas

by Redação

O Supremo Tribunal Federal (STF) tomou uma medida significativa para invalidar a Lei do Tocantins que previa a criação de um cadastro de usuários de drogas no estado. A decisão é um marco importante no debate sobre a privacidade e os direitos dos indivíduos dos cidadãos brasileiros, especialmente aqueles que são afetados por medidas governamentais que ferem suas liberdades pessoais.

A lei, que foi sancionada pelo governo do Tocantins, tinha como objetivo criar um registro que incluísse detalhes sobre usuários de drogas no estado, incluindo seus nomes, endereços e informações sobre o tipo de substância consumida. No entanto, a decisão do STF, por maioria, considerando que essa lei era inconstitucional e violava os direitos fundamentais à privacidade e à dignidade dos indivíduos.

O Tribunal acompanhou o relator do caso, ministro Edson Fachin e, por unanimidade de votos, concedeu a ADIn 6561, ajuizada pelo procurador-geral da República, Augusto Aras. O julgamento foi realizado na sessão virtual do plenário concluída em 1º de setembro, após o ministro Nunes Marques retirar o pedido de destaque e adiar o julgamento iniciado em junho de 2021.

Na ação, Aras alega que a lei estadual usurpa a competência privativa da União para legislar sobre matéria penal e processual penal e viola os princípios da dignidade da pessoa humana e da presunção de inocência e o direito à intimidade. 

Segundo ele, a norma instituiu uma espécie de lista de antecedentes criminais, cujo objetivo, na verdade, é tornar conhecidas, no meio policial, as pessoas que já foram detidas com substâncias entorpecentes. “Não se recuperam pessoas lançando-as em cadastro que poderá trazer mais exclusão e estigmatização”, sustenta.

Saiba mais

A decisão da mais alta corte do país destaca a importância de proteger os direitos individuais dos cidadãos, mesmo em questões relacionadas ao consumo de drogas. Ela também ressalta a necessidade de garantir que as políticas públicas sejam construídas com base em princípios democráticos e no respeito aos direitos humanos.

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Além disso, esta decisão tem implicações importantes para todo o país, uma vez que sinaliza que medidas semelhantes adotadas por outros estados ou municípios podem enfrentar desafios legais semelhantes. Ela reforça a ideia de que os direitos fundamentais não podem ser violados em nome de políticas públicas que carecem de respaldo constitucional.

Essa decisão do STF também vem em um momento em que o debate sobre a descriminalização das drogas e a reforma das políticas de drogas no Brasil está em pauta. A corte reafirma que as questões relacionadas ao uso de drogas devem ser tratadas com base em princípios de saúde pública e direitos humanos, em vez de medidas punitivas que desrespeitem a privacidade e a dignidade dos indivíduos.

Fonte: Migalhas

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