A Comissão Atlética do Estado de Nevada (NSAC) adotou oficialmente uma nova regra que impede a penalização de atletas por uso ou posse de maconha, desde que estejam em conformidade com a lei estadual. A mudança, que foi inicialmente aprovada pela comissão no ano passado, passou por um processo separado de regulamentação antes de ser oficialmente ratificada na última terça-feira.
A nova normativa deve ser submetida novamente ao Bureau de Consultoria Legislativa (LCB) para uma revisão final, garantindo que as alterações atendam aos requisitos legais. Posteriormente, o documento seguirá para a Comissão Legislativa do estado, que decidirá se a regra será oficialmente implementada.
Desde 2021, a NSAC já havia adotado a política de maneira informal, isentando atletas profissionais de penalizações por testes positivos para THC. Embora a regra aprovada ainda siga a lista de substâncias proibidas da Agência Mundial Antidoping (WADA), que inclui a maconha, a nova linguagem cria uma exceção específica para os lutadores em Nevada.
A regulamentação estipula que “a posse, uso ou consumo de cannabis ou produtos derivados não será considerada uma violação antidoping, independentemente das leis da jurisdição onde a posse, uso ou consumo tenha ocorrido”.
Nos últimos anos, organizações esportivas têm reavaliado suas políticas sobre cannabis, especialmente com o movimento crescente de legalização em nível estadual. A NCAA, por exemplo, recentemente decidiu retirar a maconha da lista de substâncias proibidas para atletas da Divisão I. Da mesma forma, o Ultimate Fighting Championship (UFC) anunciou em dezembro que também removeria a maconha de sua lista de substâncias banidas, avançando com uma reforma anterior.
Apesar das mudanças em Nevada, a Comissão Atlética da Califórnia advertiu que lutadores ainda podem enfrentar penalizações por testes positivos para THC, devido à política baseada nas diretrizes da WADA.
Em um contexto mais amplo, a NFL, em um acordo de negociação coletiva de 2020, decidiu acabar com as suspensões de jogadores por uso de maconha, mas continuou multando atletas por testes positivos de THC. Essa política foi contestada em tribunal federal por um jogador que enfrentou repetidas penalizações por usar um medicamento sintético de THC prescrito para tratar ansiedade, PTSD e dor.
Por fim, uma pesquisa recente revelou que dois em cada três americanos acreditam que atletas olímpicos deveriam poder usar maconha sem enfrentar penalizações, um percentual superior ao que defende o mesmo para álcool, tabaco e psicodélicos.