Em um estudo recente publicado no Journal of Clinical Medicine , os cientistas analisaram a literatura disponível sobre a cannabis como estratégia de autogestão no tratamento da dor decorrente da endometriose. Eles investigaram ainda os mecanismos pelos quais a cannabis interage com o sistema endocanabinoide (SE) e as interações da microbiota intestinal e do SE no tratamento da doença.
As suas descobertas revelam que os endocanabinoides têm um efeito protetor no intestino, diminuem a inflamação intestinal e melhoram a sua permeabilidade. Isso, por sua vez, suprime o inchaço, o sintoma mais comum da endometriose. Os canabinoides suprimem ainda mais os receptores da dor e servem como um analgésico natural. Estes resultados destacam a microbiota intestinal e o SEC como futuros alvos de ensaios clínicos na luta contra a endometriose.
“A administração de THC [Tetrahidrocanabinol] e CBD [Canabidiol] retratou a natureza protetora dos canabinoides exógenos na endometriose. Além disso, os efeitos protetores do SEC [sistema endocanabinoide] no intestino foram observados pelo aumento dos endocanabinoides, incluindo 2-AG, resultando na diminuição da inflamação e na melhoria da permeabilidade intestinal”, aponta o estudo.
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A doença é caracterizada pelo aparecimento, em outras regiões do corpo, principalmente na região pélvica, do tecido que reveste a parte interna do útero, levando a inflamações e sangramentos.
“Estas descobertas promissoras destacam os potenciais benefícios terapêuticos do CBD e do THC para a dor associada à endometriose, justificando a necessidade de estudos em humanos”, dizem os autores do estudo, um grupo de pesquisadores da Austrália e da Nova Zelândia.
Quais são os sintomas da endometriose?
Mulheres com endometriose costumam sentir muita cólica no período menstrual, já que o endométrio não é totalmente expelido durante a menstruação por ter se deslocado para outras regiões do corpo. Elas também podem experimentar:
Sangramentos intestinais, urinários e durante a menstruação;
Fadiga e cansaço,
Além de dor intensa em relações sexuais.
Os sintomas são atenuados depois da menopausa, quando há queda considerável de produção hormonal entre as mulheres. Além dos sintomas físicos, a paciente pode manifestar alterações psicológicas, como distúrbios de sono e depressão.
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