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Deputada democrata quer obrigar Elon Musk a fazer teste de drogas para manter cargo no governo

by Redação

A deputada federal Mikie Sherrill (Partido Democrata – Nova Jersey) protocolou um projeto de lei que exige que Elon Musk e outros membros do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) sejam submetidos a testes regulares de drogas como condição para manterem seus cargos como “funcionários públicos especiais” nos Estados Unidos.

A justificativa? Segundo a parlamentar, Musk — que já admitiu o uso de substâncias como cetamina — está atualmente em posição de acesso a informações extremamente sensíveis, como dados da Previdência Social, do Tesouro Nacional e até planos militares.

“Se outros funcionários do Executivo precisam ser testados, Musk também deve”, afirmou Sherrill em nota.

O projeto de lei, que ainda não teve seu texto completo divulgado, é uma resposta direta à nomeação informal de Musk para cargos estratégicos na gestão de Donald Trump, atual candidato à presidência. Musk e sua equipe DOGE estariam atuando como consultores em temas de “eficiência governamental” e gastos públicos.

Para a deputada, os riscos à segurança nacional são agravados por episódios recentes em que informações confidenciais foram compartilhadas via aplicativos como o Signal, sem a devida proteção.

“Precisamos de líderes com clareza mental, que não estejam sob efeito de substâncias”, disse ela.

Elon Musk e o uso de cetamina: polêmica antiga

A fala de Sherrill também faz referência a relatos públicos de que Musk faz uso controlado de cetamina, uma substância dissociativa legalmente prescrita nos EUA, mas considerada controversa devido ao seu potencial alucinógeno. O bilionário, no entanto, já se mostrou favorável a testes antidrogas obrigatórios para funcionários públicos, chamando a ideia de “ótima”.

Em 2018, Musk causou controvérsia ao fumar um baseado no podcast de Joe Rogan, mesmo sendo CEO da SpaceX, empresa contratada pelo governo federal — o que gerou questionamentos sobre sua elegibilidade para contratos públicos.

Embora o foco da proposta seja a cetamina, o projeto reacende o debate sobre o uso de cannabis por funcionários do governo. De acordo com uma ordem executiva de 1986 (Reagan), o uso de substâncias como a maconha — ainda listada como droga de Classe I nos EUA — é proibido para trabalhadores federais.

Porém, a possível reclassificação da cannabis para a Classe III pela DEA pode mudar esse cenário. Isso abriria precedentes para revisar políticas antidrogas no setor público, especialmente em cargos com acesso a informações confidenciais.

Apesar da sua postura crítica sobre a cannabis, Musk já declarou que “o CBD não serve para nada”, minimizando os efeitos terapêuticos da substância. Sob sua liderança no DOGE, o departamento cancelou recentemente um financiamento federal que seria destinado a uma pesquisa sobre os impactos do uso de cannabis entre populações LGBTQIA+, mulheres cis e pessoas não-binárias — o que gerou protestos entre ativistas e pesquisadores da área.

O episódio mostra a contradição nas políticas públicas canábicas adotadas nos EUA: enquanto estados avançam em regulações para fins medicinais e recreativos, o governo federal segue mantendo restrições antiquadas baseadas em estigmas.

O projeto de lei apresentado por Mikie Sherrill coloca em xeque não apenas a atuação de Elon Musk como “funcionário especial”, mas também o equilíbrio entre liberdades individuais, saúde mental e segurança nacional. A proposta deve enfrentar resistência tanto da base republicana quanto de ativistas da reforma das políticas de drogas, que consideram os testes obrigatórios uma medida punitivista e ineficaz.

O debate está lançado: até que ponto o uso pessoal de substâncias pode ou deve interferir na vida profissional — ainda mais quando se trata de figuras públicas com poder real?

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