A busca por tratamentos eficazes para enxaquecas tem levado pacientes e médicos a explorarem alternativas inovadoras, e o canabidiol (CBD), um dos compostos derivados da cannabis, tem se destacado nesse cenário. Segundo Beatriz Jacob Milani, estudiosa em cannabis para fins medicinais, as propriedades anti-inflamatórias e analgésicas do CBD podem oferecer alívio significativo para quem sofre com crises debilitantes de dor.
“O CBD atua no sistema endocanabinoide, que está relacionado à regulação de diversas funções do organismo, incluindo a percepção da dor e os processos inflamatórios. Por isso, ele tem demonstrado um potencial promissor no tratamento de enxaquecas”, explica Beatriz.
Além de ajudar no alívio da dor, o CBD também pode ter um papel na prevenção das crises. “Pacientes relatam que, com o uso regular de produtos à base de CBD, a frequência e a intensidade das crises diminuem. Isso ocorre porque ele contribui para o equilíbrio do organismo e para a redução da hiperatividade neuronal, um dos fatores associados às enxaquecas”, afirma.
Embora os estudos ainda estejam em andamento para determinar as dosagens ideais e os mecanismos exatos de ação, a especialista ressalta que os resultados preliminares são animadores. “O CBD é bem tolerado pela maioria das pessoas e pode ser uma opção segura, especialmente para quem não responde bem aos medicamentos convencionais ou sofre com efeitos colaterais deles.”
Para aqueles que estão considerando o uso de CBD no tratamento de enxaquecas, Beatriz oferece cinco dicas essenciais:
1. Consulte um profissional especializado: “O uso de CBD deve ser acompanhado por um médico ou profissional com experiência em cannabis medicinal, que poderá ajustar a dosagem e recomendar o produto mais adequado para cada caso”, orienta.
2. Escolha produtos de qualidade: “Opte por marcas confiáveis, que garantam a pureza e a segurança dos produtos. A procedência da matéria-prima é fundamental para a eficácia do tratamento”, destaca Beatriz.
3. Tenha paciência com o ajuste de dose: “O CBD não funciona da mesma forma para todos. Pode levar algum tempo até encontrar a dose ideal, e é importante seguir as orientações médicas nesse processo”, explica.
4. Mantenha um diário das crises: “Registrar a frequência, a intensidade e os gatilhos das enxaquecas ajuda o profissional a avaliar a eficácia do tratamento e a ajustar as estratégias”, recomenda.
5. Associe a outros hábitos saudáveis: “O uso de CBD pode ser mais eficaz quando combinado com alimentação equilibrada, boa qualidade do sono e a prática de atividades físicas”, afirma.
Beatriz conclui que, embora o CBD não seja uma solução milagrosa, ele representa um avanço significativo na abordagem de um problema tão comum e incapacitante quanto a enxaqueca. “Com o acompanhamento adequado, ele pode transformar a qualidade de vida de muitas pessoas.”
É importante notar que, durante o final do ano, há um aumento no número de pessoas que sofrem de enxaqueca. Um estudo publicado na revista The Journal of Headache and Pain revelou que a prevalência de dores de cabeça é maior em períodos de maior estresse, como o final do ano, devido a fatores como mudanças na rotina, alimentação inadequada e aumento do consumo de álcool.