“Estima-se que 321.000 americanos trabalham agora na indústria, um aumento de 32% em relação ao ano passado, superando em número os dentistas, paramédicos e engenheiros elétricos do país”. Esse é o trecho inicial da reportagem sobre o mercado da cannabis produzida pelo Washington Post, um dos mais importantes jornais dos Estados Unidos.
Enquanto do lado de lá nos EUA os números de postos de trabalho impressionam, aqui a situação é triste e desoladora, pois 11,6% o que equivale a 12.2 milhões estão desempregados. E tão preocupante quanto e o que agrava esse cenário, é a situação de informalidade dos que estão trabalhando. Segundo os dados do IBGE já passam de 38 milhões de pessoas em situação precária, caminhando para velhice sem qualquer amparo social.
É isso que vemos diariamente. O mundo está avançando num ritmo frenético na legalização e exploração econômica do mercado canábico e mais uma vez aqui no Brasil ficamos para trás. A maior parte de nossos governantes ainda resiste em debater com clareza e seriedade esse tema. Parece que foi ontem, mas pasmem, em março completa 27 anos desde que o Planet Hemp cantou pela primeira vez “Ponham as cartas na mesa e discutam essas leis”. É triste que infelizmente essa grande mudança ainda não tenha acontecido, porém é inegável que atualmente temos muitos protagonistas nessa luta (em todos os setores da sociedade) e que merecem muito respeito por compor essa frente de batalha.
Para mim essa atuação veio como um chamado, empreender sempre foi uma necessidade, servir aos demais sempre foi recompensador e a maconha sempre foi um propósito transformador. Ao participar da 2ª edição do Curso Livre de Cannabis Medicinal e ver as dores de muitas pessoas frente ao tratamento, decidi atuar. De lá pra cá, me capacitei, encontrei pessoas no caminho que compraram um sonho e hoje, pouco mais de 1 ano após pedir demissão em meio a pandemia para construir esse sonho, é extremamente gratificante ver que são quase 1000 pessoas atendidas pela clinica UIDi e muitas vidas transformadas. Sei que isso é apenas o começo, milhares, talvez até milhões são as pessoas que vamos impactar.
Mas voltemos ao tema principal que aqui, nesse pequeno espaço quero trazer a você leitor, maconha nunca foi problema e sim solução, basta vir enxergar e lidar com ela a partir da outra ótica do prisma: pela regulamentação séria e não pela proibição; pelo respeito às liberdades individuais de cada cidadão e não pelo julgamento pobre e midiático; pela ótica da saúde pública e não do encarceramento em massa; pela reparação histórica e justiça e não pela perpetuação da violência; pela ótica do amor, da razão, do respeito e não pelo cinismo, ganância e preconceito. Mais do que nunca, podemos dizer que todas as letras, maconha não é problema, é solução!