Quando falamos em cannabis, o senso comum rapidamente forma em sua cabeça a imagem do usuário lerdo, sentado em seu sofá, comendo um monte de besteiras e pouco ativo. Agora, quando falamos em atletas – sejam eles amadores ou profissionais -, a imagem formada é completamente diferente. Mas, como bem sabemos, o senso comum está errado e a cannabis pode ser uma grande aliada dos praticantes de esporte. Afinal, qual atleta não convive com a dor?
A cannabis é um tema quente entre os atletas profissionais, principalmente nos Estados Unidos onde a utilização medicinal da planta já acontece há mais tempo do que no Brasil, com grandes nomes se envolvendo em projetos de pesquisa e lançando marcas de cannabis focadas no esporte.
As grandes ligas esportivas já estão reavaliando o seu posicionamento sobre a planta e afrouxando suas regras, chegando até a parar de testar a cannabis. Lembrando que o canabidiol não é considerado doping. A cannabis está sendo pesquisada por suas aplicações no sono, inflamação, recuperação de lesões, lesão cerebral traumática e muitas outras condições médicas que são diretamente relevantes para atletas amadores e profissionais. Ela pode ser tão ou até mais eficaz do que os opióides e analgésicos que a maioria dos atletas está acostumada a tomar. Existem vários fatores que tornam a cannabis uma escolha mais atraente para o tratamento de lesões do que medicamentos de venda livre.
Quem nunca praticou esporte e ficou com dores musculares depois? Os medicamentos à base de cannabis podem ajudar na recuperação de lesões graças aos poderosos efeitos de alívio da dor. O CBD possui propriedades anti-inflamatórias. Os atletas travam uma luta constante contra inflamações relacionadas a esforços repetitivos devido aos treinos. Se a cannabis pode reduzir lesões relacionadas à inflamação e melhorar a recuperação muscular, ela pode ser usada na medicina esportiva para recuperação ativa.
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Em uma revisão de 2020 publicada pela Sports Medicine, os pesquisadores descobriram que o CBD pode ajudar a promover benefícios fisiológicos e psicológicos, bem como bioquímicos que podem ajudar os atletas. E, justamente, um fator chave para isso foi a capacidade do CBD de aliviar a dor inflamatória associada a danos nos tecidos e a dor neuropática devido à irritação ou dano do nervo.
Outro ponto de destaque é o impacto que a cannabis pode ter no sono, humor e ansiedade. Os canabinoides, por meio de sua interação com o sistema endocanabinoide, afetam o sono, o humor e a memória. Dormir bem é fundamental para um bom dia de treino, assim como a ansiedade. Uma pessoa menos ansiosa tende a realizar uma melhor prática esportiva. Mas, lembre-se, converse sempre com seu médico antes de iniciar qualquer tratamento com cannabis.
* Dra. Amanda Medeiros Dias (Crm 39.234 PR) é médica formada em 2017, com pós-graduação em pediatria e nutrologia pediátrica e, atualmente, está cursando Psiquiatria Infantil pelo CBI Miami. Possui Certificação Internacional Green Flower de Medicina Endocanabinoide. Tem experiência na prática clínica com crianças e adultos, visão integrativa olhando o paciente como um todo, possui experiência prática mesclando medicina com aromaterapia e cromoterapia, com foco na visão holística. Além de prescritora, é paciente de cannabis medicinal desde 2018. Também é diretora técnica no Instituto Coração Valente e médica voluntária em projetos da UNA (Unidos pela Amazônia).
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