Com 422 artigos publicados, o Brasil ocupa a liderança na produção científica sobre cannabis na América Latina, segundo levantamento do Centro de Tecnologia e Inovação da Cannabis (CTCANN) em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Cannabis (ABICANN). O país também figura na 8ª posição mundial, subindo três colocações em relação ao ranking de 2021.
O crescimento expressivo na produção científica reflete o aumento do interesse de pesquisadores brasileiros em temas como o uso terapêutico da cannabis, seus aspectos sociopolíticos e implicações jurídicas. As pesquisas nacionais têm abordado, principalmente, o potencial da planta no tratamento de condições como epilepsia, ansiedade, dores crônicas e outras doenças neurológicas.
O estudo analisou mais de 10,5 mil artigos publicados globalmente entre 1990 e 2025. No cenário internacional, os Estados Unidos lideram com cerca de 9,7 mil publicações, seguidos por países como Canadá, Reino Unido, Alemanha, Itália, Austrália e Espanha.
Segundo o CTCANN, a América Latina tem mostrado crescente interesse nas pesquisas sobre cannabis, com foco não apenas nas aplicações clínicas, mas também em questões regulatórias e sociais, como a descriminalização da planta e o acesso à terapia com canabinoides.
O avanço brasileiro no campo acadêmico contribui para consolidar o país como um importante polo de conhecimento e inovação no setor. A tendência, de acordo com especialistas, é que o número de publicações continue a crescer, impulsionado pela demanda por tratamentos alternativos e pela abertura gradual do debate sobre a regulamentação da cannabis medicinal e industrial no Brasil.