A National Football League (NFL) anunciou uma mudança significativa em suas políticas sobre o uso de maconha pelos jogadores. Em um novo acordo com o sindicato dos atletas, a liga reduziu as penalidades para testes positivos e aumentou o limite de THC permitido nos exames, refletindo uma evolução nas atitudes em relação à cannabis à medida que a legalização se expande em vários estados dos EUA.
A partir de sexta-feira, o limite de THC considerado positivo para o teste de drogas será elevado de 150 ng/ml para 350 ng/ml, conforme explicou a NFL Players Association. Além disso, as multas para os jogadores que resultarem positivos diminuíram significativamente. A primeira infração terá uma multa de US$ 15.000, anteriormente correspondente a uma multa de meio jogo. A segunda infração será multada em US$ 20.000, e a terceira implicará na perda do pagamento de um jogo. Em caso de quarta infração, a multa será equivalente a dois jogos. As penalidades por testes perdidos também serão reduzidas.
Um dos pontos mais notáveis dessa revisão é a mudança na maneira como as informações sobre os testes são divulgadas. Agora, apenas a equipe individual do jogador será notificada sobre os testes positivos ou não realizados, sem a divulgação específica da substância detectada.
Além disso, a nova política estabelece que os testes positivos não serão mais contados de forma cumulativa. O número de testes positivos será reiniciado após um ano.
Essas mudanças seguem as alterações feitas pela NFL em 2020, quando foi reduzido o período de testes para a detecção de maconha, limitando os exames ao período entre o início do treinamento pré-temporada e o primeiro jogo da pré-temporada. Na época, o limite de THC nos testes também foi elevado de 35 ng/ml para 150 ng/ml.
Entretanto, apesar de reformular a política, a NFL e o time do Denver Broncos tentaram no início deste ano que um tribunal federal rejeitasse uma ação de um jogador que alegava discriminação devido às penalidades por usar um canabinoide sintético prescrito. A liga e a equipe argumentaram que o uso de cannabis pode causar lesões durante os jogos, prejudicar o desempenho e alienar os fãs.
Embora a NFL defenda sua política contra a maconha, ela também tem investido significativamente em pesquisas para investigar o potencial do CBD como alternativa aos opioides e para a gestão da dor e neuroproteção contra concussões.
Essas mudanças ocorrem em um contexto de reformas mais amplas em outras ligas esportivas, que também estão ajustando suas políticas sobre a maconha. Em outubro, os reguladores de Nevada adotaram uma nova regra para proteger os atletas do estado de penalidades relacionadas ao uso de maconha, desde que esteja em conformidade com a legislação estadual.
Além disso, a NCAA (National Collegiate Athletic Association) votou recentemente para remover a maconha da lista de substâncias proibidas para jogadores da Divisão I, enquanto a NBA e a sua associação de jogadores também reformularam suas políticas, permitindo que os jogadores investissem em marcas de cannabis e removendo a maconha da lista de substâncias banidas.
Com a crescente aceitação da maconha em várias partes do mundo, a reforma das políticas antidoping continua sendo um tema de debate, especialmente com organismos como a Agência Mundial Antidoping (WADA), que ainda mantém a proibição da cannabis. No entanto, a USADA (Agência Antidoping dos EUA) e outros defensores da reforma apontam que é hora de revisar essas normas.
Em agosto, Travis Tygart, CEO da USADA, expressou frustração com a manutenção da proibição pela WADA, defendendo que a cannabis não oferece benefícios no desempenho atlético e criticando a abordagem punitiva contra o uso da substância.
Esses desenvolvimentos refletem a pressão crescente por políticas mais equitativas e baseadas em evidências para o uso de cannabis no esporte, enquanto as regulamentações em diversos países e estados continuam a evoluir.