Na próxima quarta-feira (13), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) irá discutir, em sessão marcada para às 14h, a autorização para a importação de sementes e o cultivo de cannabis sativa com baixo teor de Tetrahidrocanabinol (THC), voltado para a produção de medicamentos e subprodutos com finalidades medicinais, farmacêuticas e industriais. A sessão será transmitida ao vivo pelo canal oficial do STJ no YouTube.
A questão será analisada pela Primeira Seção do STJ, que está conduzindo o Incidente de Assunção de Competência (IAC) 16, instaurado em março deste ano. O caso, que envolve o pedido de uma empresa de biotecnologia para importar sementes de cânhamo industrial e cultivar cannabis para fins comerciais, tem gerado debates sobre a viabilidade jurídica e social do cultivo da planta no Brasil. A ministra Regina Helena Costa é a relatora do processo.
Em sua análise preliminar, a ministra Regina Helena Costa enfatizou a relevância da questão, que toca em aspectos jurídicos, econômicos e sociais. Ela destacou que, embora a cannabis contenha tetrahidrocanabinol em níveis baixos – o que não causaria efeitos psicoativos – a planta possui altas concentrações de canabidiol (CBD), substância não viciante que pode ser usada na fabricação de medicamentos e outros produtos terapêuticos.
A decisão do STJ sobre o cultivo de cannabis terá implicações não apenas jurídicas, mas também administrativas, já que a implementação de qualquer autorização dependeria de diversas regulamentações. Até que haja uma resolução definitiva, a Primeira Seção suspendeu todos os processos semelhantes em tramitação no Brasil.
Em abril, o STJ promoveu uma audiência pública sobre o tema, reunindo representantes de órgãos públicos e entidades privadas para discutir os impactos e desafios dessa possível mudança legislativa.
O caso chegou ao STJ após o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) negar o pedido de uma empresa para obter autorização para importar as sementes de cannabis. O TRF4 considerou que a questão deveria ser tratada como uma política pública e não como um tema para o Judiciário decidir em favor de interesses empresariais. O julgamento de quarta-feira promete aprofundar essa discussão e definir um importante precedente para o futuro do cultivo de cannabis no Brasil.
(Com informações do STJ)