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UFU investiga uso de óleo de cannabis no tratamento do Alzheimer

by Redação

Pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), em parceria com a empresa Mahara, estão conduzindo um estudo pioneiro sobre o potencial terapêutico do canabidiol (CBD) no tratamento do Alzheimer. A pesquisa utiliza um modelo experimental alternativo: a mosca-das-frutas (Drosophila melanogaster), geneticamente modificada para simular os efeitos da doença neurodegenerativa.

Extraído da planta Cannabis sativa, o canabidiol é reconhecido por sua ação no sistema nervoso central e já é utilizado no Brasil para tratar epilepsia, ansiedade e outras doenças neurodegenerativas, mediante prescrição médica especial. Agora, a UFU investiga seu impacto sobre os marcadores do Alzheimer, em busca de novas abordagens para tratar a perda de memória e outras funções cognitivas afetadas pela doença.

O estudo, liderado pelo professor Carlos Ueira Vieira, do Instituto de Biotecnologia e do Laboratório de Genética da UFU, e pela doutoranda Serena Mares Malta, consiste na administração de óleo de CBD em moscas transgênicas com genes humanos associados ao Alzheimer. Segundo Vieira, as moscas são um modelo eficiente para estudos genéticos e farmacológicos, reduzindo a necessidade de testes em vertebrados como ratos.

A administração de CBD apresentou resultados animadores, com redução da toxicidade do peptídeo beta-amilóide – um dos marcadores do Alzheimer – no cérebro das moscas. Isso refletiu em melhorias na memória e no desempenho motor dos insetos

“Essa pesquisa não apenas fortalece a conexão entre a Mahara, referência na comercialização de CBD no Brasil, e a academia, como também oferece um vislumbre promissor sobre o uso do CBD no tratamento do Alzheimer. Embora em estágio inicial, os resultados abrem caminho para novas possibilidades na área”, afirmou Vieira.

Além do potencial terapêutico, a escolha das moscas como modelo experimental tem um impacto ético relevante, contribuindo para a redução de testes em animais maiores. Vieira destaca a importância dessa abordagem: “Ela acelera a obtenção de dados preliminares e garante o bem-estar animal.”

Apesar disso, os testes em camundongos são etapas fundamentais para o desenvolvimento de medicamentos e já estão previstos como o próximo passo da pesquisa. Esses estudos serão coordenados por Serena Mares Malta, que atualmente realiza pesquisas relacionadas na Universidade de Saskatchewan, no Canadá.

Com os avanços na investigação, os pesquisadores esperam que o uso de canabidiol possa, futuramente, beneficiar pacientes com Alzheimer, oferecendo novas opções terapêuticas para lidar com a progressão da doença.

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