A doutoranda Carollina Mariga, do Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), obteve uma conquista significativa. Seu artigo de dissertação sobre o uso da cannabis medicinal no tratamento da dermatite atópica canina foi aprovado para publicação na renomada revista europeia “Frontiers in Veterinary Science”, com Qualis A2, que representa excelência internacional.
No entanto, para lançar oficialmente seu trabalho, Carollina teve de correr atrás de cerca de R$ 17 mil. A veterinária e mestre em clínica médica chegou até a criar uma vaquinha.
“Como estudante de uma faculdade federal, é dever nosso representar – com orgulho – nossa educação, não apenas fazer pesquisa científica de forma séria, mas também com reconhecimento internacional – que é o sonho de qualquer pesquisador. Mas sabemos da nossa realidade e o valor inicial era inacessível para a gente. Diante disso, solicitamos à revista um desconto e o valor fixado ficou em R$ 9 mil. Arrecadamos um pouco mais de dois mil reais através de doações e o restante do valor só foi possível angariar graças a associação nacional AMA+ME, a mesma que nos forneceu o óleo de cannabis para o estudo.”
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Carollina explicou a emoção de ter seu trabalho aprovado na revista: “ Além de colocarmos o nome da Universidade Federal de Santa Maria no mundo, somos um dos pioneiros no Brasil a fazer pesquisa clínica com cannabis na veterinária, ofertando aos animais maior segurança, mais opções e maior qualidade de vida. Sem ciência não há avanço, e com essa aprovação a gente eleva a nossa pesquisa a um nível mundial, para que o mundo todo possa ver que o Brasil também faz pesquisa de valor.”
Entenda melhor o estudo
Sua pesquisa envolve o uso de canabidiol (CBD) – o óleo extraído da planta de cannabis – no tratamento da dermatite atópica canina. Essa condição, embora não seja fatal, causa intensa excitação na pele dos cães. Como a doença é incurável, o estudo de Carollina propõe o uso do CBD como um método alternativo para aliviar os sintomas e evitar que os animais se machuquem ao coçar a pele.
Carollina destaca que a aquisição do CBD, foi um dos desafios do estudo, juntamente com as dificuldades financeiras que os pesquisadores brasileiros enfrentam frequentemente. No entanto, ela conseguiu superar essas barreiras e agora está colhendo os resultados.
“O sonho de qualquer pesquisador é ter seu estudo publicado em uma revista internacional, que tem grande impacto e visibilidade. Queremos mostrar que a ciência brasileira é séria e valiosa.”
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