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Tailândia endurece regras para cannabis e mira turismo de bem-estar, mas países vizinhos apertam o cerco

by Redação

Austrália, Singapura, Malásia, Hong Kong, China, Coreia do Sul e Indonésia estão acompanhando de perto a recente reclassificação da cannabis na Tailândia — uma mudança que promete remodelar o turismo no país. Com leis antidrogas rígidas e alertas de viagem, esses países vêm aumentando a vigilância sobre seus cidadãos que visitam a Tailândia, o que pode influenciar a escolha dos destinos e o fluxo de turistas na região.

A medida tailandesa, que substitui a postura mais liberal dos últimos anos, quer equilibrar crescimento econômico, responsabilidade social e alinhamento com preocupações regionais. A expectativa do setor é que o país deixe de focar no consumo recreativo e se consolide como destino de referência para tratamentos e experiências de bem-estar ligados à cannabis.

A nova política impõe mais controle sobre cultivo, venda e consumo de cannabis, e busca afastar a imagem de “terra sem lei” que ganhou força desde a legalização parcial. Para o presidente da Associação de Hotéis da Tailândia (THA), Thienprasit Chaiyapatranun, a mudança abre caminho para um mercado mais sustentável e de alta qualidade, além de reforçar a imagem da Tailândia como destino seguro.

Especialistas acreditam que um marco regulatório claro vai incentivar o turismo responsável e dar mais segurança jurídica para empresas e viajantes.

O maior desafio vem das leis rígidas dos países vizinhos. Coreia do Sul, China, Taiwan, Hong Kong, Singapura, Malásia, Indonésia e Austrália não toleram o uso de cannabis — mesmo que tenha ocorrido no exterior — e chegam a realizar testes de drogas em cidadãos que voltam de viagem.
Em alguns casos, as penalidades incluem multas pesadas e até prisão.

Essa postura reduz o potencial do chamado “turismo canábico” na região, já que muitos viajantes não querem correr riscos legais ao voltar para casa.

Com as novas regras, a Tailândia quer atrair um público interessado em saúde e relaxamento, não no consumo irrestrito. A ideia é investir em produtos e serviços de cannabis medicinal, spas terapêuticos e tratamentos holísticos, todos com rigoroso controle de qualidade e respaldo científico.

Além disso, o governo quer proteger jovens, restringindo o acesso e promovendo campanhas educativas.

Hoje, mais de 20 mil empresas e grupos comunitários vivem da cadeia da cannabis na Tailândia, incluindo produtores, fabricantes e serviços turísticos. A reclassificação exige que todos se adaptem rapidamente às novas normas, o que pode levar ao fechamento de negócios menores.
Por outro lado, abre espaço para o fortalecimento do mercado formal e até para exportações.

Para manter o turismo em alta, a Tailândia precisa equilibrar sua estratégia de bem-estar com as restrições impostas pelos principais países emissores de turistas. Se conseguir criar um setor regulado, seguro e bem-posicionado, poderá atrair visitantes preocupados com legalidade e saúde — inclusive de mercados que hoje olham para a cannabis com desconfiança.

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