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Supositórios vaginais com cannabis ajudam a melhorar vida sexual de mulheres em recuperação de câncer

by Redação

Um estudo recente revelou que os supositórios vaginais com cannabis podem ajudar a reduzir a dor sexual em mulheres após o tratamento para câncer ginecológico. Além disso, exercícios online focados em “compaixão consciente” demonstraram melhorar a função sexual, incluindo excitação, lubrificação e orgasmos. No entanto, a combinação dos dois tratamentos parece ter oferecido os melhores resultados.

De acordo com o estudo, publicado na edição deste mês da revista Medicina, os resultados favoreceram o grupo que recebeu a combinação de ambos os tratamentos, com melhorias nos níveis de excitação sexual, lubrificação e orgasmo, e uma redução significativa na dor sexual. Os participantes desse grupo também relataram melhorias na compaixão consciente, na autossuficiência sexual e na qualidade de vida.

Em contraste, um quarto grupo de controle, que recebeu apenas o tratamento padrão, não apresentou mudanças significativas na função sexual. No entanto, os autores notaram que a “sensação de bem-estar e autossuficiência sexual diminuiu” durante o período do estudo.

O estudo concluiu que tanto os supositórios de cannabis quanto os exercícios de compaixão consciente são intervenções eficazes para mulheres após o tratamento do câncer ginecológico, com os supositórios aliviando a dor sexual e a compaixão consciente potencializando os efeitos analgésicos da cannabis, melhorando a função sexual e a qualidade de vida.

Os supositórios de cannabis também podem ter agido como lubrificantes sexuais, combinando as propriedades analgésicas do medicamento para melhorar o manejo da dor, afirmaram os autores.

A pesquisa foi conduzida por uma equipe de cinco pesquisadores, baseados no Reino Unido, e acompanhou 83 participantes, divididos em quatro grupos: um grupo que usou apenas os supositórios de cannabis, um grupo que praticou compaixão consciente, um grupo que recebeu a combinação de ambos os tratamentos, e um grupo de controle, que seguiu o tratamento padrão.

No grupo que usou apenas os supositórios de cannabis, 70,6% dos participantes relataram que sua função sexual permaneceu a mesma, mas destacaram que o uso do medicamento ajudou a reduzir a antecipação da dor durante o ato sexual e melhorou a conexão sexual com seus parceiros. Quase metade dos participantes desse grupo também expressou a necessidade de ter supositórios de THC mais amplamente disponíveis no sistema de saúde.

Entre os participantes do grupo de compaixão consciente, que realizou exercícios de mindfulness, respiração e técnicas de relaxamento, 72,2% relataram que a compaixão consciente os ajudou a relaxar e a permanecer no momento, o que melhorou suas experiências sexuais.

No grupo que combinou os dois tratamentos, metade dos participantes (50%) afirmou que a compaixão consciente potencializou os efeitos analgésicos dos supositórios, enquanto um terço (33,3%) sentiu-se mais confiante e relaxado após a intervenção combinada.

Os autores explicaram que a mindfulness tem mostrado aumentar a autossuficiência sexual e a qualidade de vida, além de melhorar a função sexual. Por outro lado, o THC pode atuar como vasodilatador, aumentando o fluxo sanguíneo para a vagina e promovendo maior prazer sexual.

Os pesquisadores também observaram a falta de supositórios de THC disponíveis no sistema de saúde, o que pode ter influenciado os resultados do estudo. Embora a pesquisa tenha sido realizada no Reino Unido, os autores defendem que o cannabis medicinal, incluindo os supositórios, deveria ser mais acessível no sistema público de saúde, como já ocorre com tratamentos para epilepsia, quimioterapia e esclerose múltipla.

O estudo também abordou pesquisas anteriores que sugerem que o uso de supositórios, tanto anais quanto vaginais, oferece benefícios únicos no tratamento de sintomas relacionados ao ciclo menstrual, como dor e mau humor, além de diminuir o uso de medicamentos analgésicos.

Além disso, novas pesquisas têm incentivado o uso de cannabis para tratar a disfunção orgástica feminina, com algumas petições sendo apresentadas em diversos estados dos Estados Unidos para incluir a disfunção orgástica feminina como uma condição qualificada para o uso de cannabis medicinal.

Em outra linha de estudo, uma pesquisa publicada recentemente encontrou que mais de 70% das mulheres que usaram cannabis relataram aumento na facilidade e frequência dos orgasmos, além de uma maior satisfação. No entanto, os pesquisadores alertam que a dosagem de cannabis pode influenciar esses efeitos, com doses mais baixas de THC sendo associadas a melhores resultados de excitação e satisfação sexual.

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