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Seminário na Uece debate inovações terapêuticas com canabidiol no tratamento do autismo

by Redação

Evento reúne pesquisadores, profissionais da saúde, familiares e pacientes em Fortaleza e projeta universidade como referência nacional em cannabis medicinal

A Universidade Estadual do Ceará (Uece) promoveu no último dia 31 de julho, no Auditório Central do campus Itaperi, o III Seminário sobre o uso de canabidiol no Transtorno do Espectro Autista (TEA), com o tema “Inovações Terapêuticas e Evidências Científicas”. O encontro reuniu docentes, pesquisadores, profissionais da saúde, estudantes, familiares e pacientes em um espaço de diálogo qualificado sobre os avanços científicos no uso terapêutico da cannabis.

Fruto da articulação entre ensino, pesquisa e extensão, o evento integra as ações de divulgação da pesquisa “Evidências para o cuidado em saúde de qualidade: revisão sistemática com metanálise sobre o Canabidiol no Transtorno do Espectro Autista”, financiada pelo CNPq, por meio do Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde (Decit/SECTICS/MS). O seminário também marca o fortalecimento da Uece como polo emergente de pesquisa translacional sobre cannabis, neurodesenvolvimento e comportamento.

A programação contou com sete minipalestras, abordando desde o panorama atual sobre o autismo até fundamentos do sistema endocanabinoide, além de estudos pré-clínicos, clínicos e observacionais. Os conteúdos foram apresentados por pesquisadores dos projetos de extensão Conexão TEA e UniTEA, do Grupo de Estudos em Neuroinflamação e Neurotoxicologia (Genit) e do Laboratório de Neurociência e Inovação Translacional (Lanit), coordenados pelo professor Gislei Aragão.

“O encontro fortaleceu a cultura de integração universidade-sociedade, servindo de base para novas colaborações interinstitucionais e oferecendo subsídios para políticas públicas em saúde”, afirmou o professor Gislei Aragão. Segundo ele, a boa participação do público e a gravação integral do evento para divulgação nas redes sociais reforçam a importância do tema.

Entre os participantes, relatos emocionantes evidenciaram a relevância social da pauta. Karine, mãe de uma criança autista, buscava mais conhecimento sobre o tratamento que o filho já utiliza com canabidiol. “É importante que a comunidade conheça o trabalho que é cuidar de uma criança autista. Eventos como esse nos ajudam a enfrentar essa realidade com mais preparo”, contou.

Juliana, doutoranda em Cuidados Clínicos em Enfermagem e Saúde, diagnosticada com TEA, compartilhou sua própria experiência com o uso do canabidiol. “Uso há cerca de um ano e meio e percebo benefícios significativos. No seminário, pude conhecer mais pesquisas que me ajudam na vida pessoal e profissional”, disse.

A neuropsicopedagoga clínica Flaviana Bezerra destacou a importância do evento também para os profissionais da saúde. “Busco conhecimento para orientar meus pacientes de forma segura. Precisamos entender que nem todos podem usar cannabis medicinal, e esse discernimento exige formação e estudo”, declarou.

O seminário em Fortaleza é o primeiro de uma série de encontros que acontecerão ao longo do mês de agosto, em cidades como Redenção e Crateús, ampliando o debate sobre o uso do canabidiol no tratamento de pessoas com TEA no estado do Ceará. A movimentação demonstra o fortalecimento da ciência brasileira em torno de terapias com cannabis e a importância da escuta ativa das famílias e dos pacientes na construção de políticas públicas de saúde mais humanas, inclusivas e eficazes.

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