Em apenas dois meses de uso do canabidiol hidrossolúvel, Murari, de 6 anos, apresentou ganhos significativos de linguagem, atenção e comportamento, reforçando o impacto da planta em tratamentos pediátricos
Quando Murari nasceu, em fevereiro de 2019, tudo parecia dentro da mais perfeita normalidade. Um bebê saudável, curioso, cheio de energia e cercado de amor. A mãe, Amanda Uchoa, lembra com nitidez dos primeiros passos, das risadas e das brincadeiras que enchiam a casa de alegria. “Ele sempre foi uma criança esperta, muito ativa. Tudo se desenvolvia no tempo certo”, conta.
Mas por volta de um ano e oito meses, algo começou a mudar. Murari deixou de falar, de cantar, de brincar. Vieram os choros intensos, o isolamento e os movimentos repetitivos que Amanda só entenderia mais tarde como estereotipias. “Era como se ele olhasse além de mim. Eu chamava, e ele não respondia”, relembra. Depois de muitas consultas e incertezas, veio o diagnóstico: Transtorno do Espectro Autista nível 3 de suporte.
Começava ali uma nova fase desafiadora, exaustiva, mas também repleta de descobertas. Amanda mergulhou em estudos, buscou opções de tratamento, clínicas e profissionais. Diversas terapias passaram a fazer parte da rotina diária, com fonoaudiologia, psicopedagogia, terapia ocupacional, musicoterapia e tantas outras abordagens que ajudavam, pouco a pouco, Murari a se reconectar com o mundo.
Mesmo com os avanços, a agitação e a dificuldade de atenção continuavam. Foi então que a família buscou o apoio da neurologista Dra. Fernanda Moro, especialista neurodesenvolvimento, que indicou a cannabis medicinal como parte do tratamento.
“No primeiro momento hesitei, mas como toda mãe em busca de um alívio para a situação, decidi confiar. Em setembro Murari começou o tratamento com apenas três gotas pela manhã. E o que aconteceu desde então emocionou toda a família, pois ele voltou a falar frases completas, como ‘mamãe, quero comer macarrão, por favor’. Ele me chama quando está no quarto, espera eu responder, e repete se não escuta. Isso, pra nós, é imenso”, conta Amanda.
O progresso foi visível também nas terapias e na escola. Murari passou a permanecer mais tempo nas atividades, interagir com colegas, aceitar contrariedades e se concentrar nas tarefas. Em casa, os ganhos foram igualmente marcantes: ele agora ajuda a se vestir, escova os dentes, pede comida e participa de conversas com os irmãos.
“É difícil traduzir em palavras. Ele voltou a olhar pra gente, a compreender o que falamos. O dia ficou mais leve, mais feliz. Hoje eu sinto que meu filho está comigo de verdade”, diz Amanda, emocionada.
Para a médica que introduziu o tratamento, ver esta evolução em tão pouco tempo é uma conquista. “Os resultados que observamos em pacientes como o Murari mostram o potencial real da cannabis medicinal quando aplicada com critério e acompanhamento. Em crianças com TEA, a regulação do sistema endocanabinoide pode ajudar na atenção, na interação social e na comunicação, refletindo diretamente na qualidade de vida da família. É fundamental que esses pacientes tenham acesso a terapias seguras e a produtos com tecnologia comprovada. A cannabis não substitui as demais abordagens, mas pode ser o ponto de equilíbrio que faltava para o desenvolvimento integral”, afirma Dra. Fernanda Moro.
Tecnologia e resultados para os pacientes
A história de Murari inspira outras famílias que vivem a mesma jornada.
“Informação, acolhimento e acompanhamento médico responsável podem transformar não só o desenvolvimento da criança, mas toda a dinâmica familiar”, afirma a Dra. Mariana Maciel.
Ela é a responsável pelo desenvolvimento da tecnologia PowerNano™, que faz com que o medicamento à base da cannabis seja diluído em água e, com isso, tenha um resultado mais potente. “Produtos hidrossolúveis de canabinoides promovem até 10 vezes mais absorção do organismo em comparação aos óleos convencionais. Isso se traduz em doses menores, início de ação mais rápido, melhores resultados clínicos e maior segurança”, explica a médica.
Para Amanda, a maior lição é de fé e persistência. “Um médico chegou a me dizer que ele dificilmente voltaria a falar. Eu ouvi, mas não deixei que aquelas palavras entrassem no meu coração. Hoje ele está aqui, falando cada dia mais. O diagnóstico não define o destino. Serve apenas para orientar o caminho”, finaliza a mãe.
