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Projeto de uso de canabidiol em cães com disfunção cognitiva receberá R$ 100 mil de emenda parlamentar

by Redação

O projeto “Efeitos terapêuticos do canabidiol em cães com síndrome da disfunção cognitiva”, desenvolvido pela Unesp de Botucatu, foi um dos oito selecionados no edital de emendas de 2024 da Frente Parlamentar da Cannabis Medicinal e do Cânhamo Industrial da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). A iniciativa receberá um aporte de R$ 100 mil para viabilizar suas pesquisas.

Entre os 30 projetos inscritos em diferentes áreas, o trabalho da mestranda Klysse Assumpção Barbosa, orientada pelo professor Rogério Martins Amorim, foi o único da área de Medicina Veterinária a ser contemplado. O estudo, conduzido pelo Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Unesp, tem como objetivo investigar os efeitos terapêuticos do óleo de cannabis no tratamento de cães com disfunção cognitiva, uma doença neurodegenerativa comparável ao Alzheimer em humanos.

Para a pesquisa, cães idosos serão divididos em dois grupos: um tratado com óleo de cannabis e outro com placebo. A avaliação dos efeitos, incluindo melhorias em sinais neurológicos e comportamentais como desorientação, alterações na interação social, ciclo sono-vigília e memória, será feita ao longo de 90 dias.

Durante a cerimônia na Alesp, realizada em 5 de dezembro, o médico José Wilson Nunes, conselheiro responsável pela seleção dos projetos, destacou a relevância da pesquisa. “A síndrome que será estudada é semelhante a doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson. Já temos indícios anedóticos de resultados positivos, mas precisamos de comprovação científica. Estudos como este não apenas beneficiarão nossos pets, mas também contribuirão para avanços no tratamento de humanos”, afirmou.

O professor Rogério Martins Amorim enfatizou o impacto potencial do projeto. “Com os avanços na Medicina Veterinária, os cães estão vivendo mais e, consequentemente, enfrentando doenças relacionadas ao envelhecimento, como a disfunção cognitiva. Nosso trabalho não só busca melhorar a qualidade de vida dos animais, mas também gerar evidências que possam auxiliar no tratamento de doenças neurodegenerativas em humanos”, explicou.

Para Klysse Assumpção Barbosa, a aprovação do projeto reforça o papel do médico veterinário na pesquisa científica. “Essa conquista evidencia nossa contribuição para o avanço da ciência e da prática clínica, tanto na Medicina Veterinária quanto em áreas relacionadas”, concluiu.

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