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Ozzy Osbourne e a cannabis: legado do ‘Príncipe das Trevas’ inclui reflexão sobre uso consciente da planta

by Redação

Ícone do rock faleceu aos 76 anos e deixa mensagem sobre limites, dependência e controle no uso de substâncias

Morreu nesta segunda-feira, 22 de julho, aos 76 anos, o cantor Ozzy Osbourne, vocalista do Black Sabbath e um dos nomes mais influentes da história do heavy metal. Ao longo de sua vida marcada por excessos, internações e superações, o artista britânico também foi protagonista de uma jornada pública de reconstrução — incluindo seu relacionamento com a cannabis medicinal.

Nos últimos anos, Osbourne falava com franqueza sobre os desafios enfrentados com álcool e drogas. Em setembro de 2023, durante um episódio do podcast The Osbournes, o cantor revelou que, apesar de estar longe de substâncias mais pesadas, fazia uso ocasional de maconha. “Não estou completamente sóbrio. Uso um pouco de maconha de vez em quando”, afirmou, acrescentando que sua qualidade de vida estava “muito melhor hoje” do que no auge da dependência.

No mesmo episódio, Ozzy relatou ter sido apresentado à ideia de microdosagem com cetamina como alternativa terapêutica, especialmente após uma série de cirurgias e tratamentos para dor crônica. Embora tenha testado a substância sob supervisão médica, optou por não seguir com a prática: “Para mim, isso é acender o pavio”, disse, citando o lema dos Alcoólicos Anônimos: “Um é demais, e dez nunca são suficientes”.

A cannabis, por sua vez, se manteve como exceção em sua rotina. Mesmo assim, Ozzy mencionou o papel firme da esposa, Sharon Osbourne, em fiscalizar seus hábitos e manter o controle sobre o uso da substância. “Minha esposa me dá uma surra o tempo todo. Até a maconha, ela vai encontrar e se livrar dela”, brincou, reconhecendo que sua rede de apoio foi essencial para evitar recaídas mais sérias.

Apesar da fama de transgressor, o “Príncipe das Trevas” deixou mensagens de conscientização sobre os riscos do consumo abusivo de substâncias. “Se você está por aí usando drogas e quer se livrar delas, há muita ajuda. O programa de 12 passos dos AA me ajudou a me organizar até certo ponto”, afirmou, ressaltando que não via mais sentido em romantizar os tempos de abuso.

O uso moderado de cannabis por Ozzy Osbourne nos últimos anos coincide com um movimento mais amplo de reavaliação da planta no cenário internacional, especialmente em contextos terapêuticos e paliativos. Sua experiência pessoal — marcada por dores físicas, declínio neurológico e saúde mental fragilizada — lança luz sobre a importância da autonomia médica e do cuidado contínuo.

Além da contribuição inegável à música, Ozzy deixa também uma reflexão pública sobre os limites entre recreação e dependência, e sobre o potencial terapêutico da cannabis quando usada com responsabilidade. Seu legado agora inclui não apenas álbuns icônicos e histórias lendárias, mas também um raro testemunho de vulnerabilidade e lucidez.

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