A Avenida Paulista foi palco de mais uma edição da Marcha da Maconha neste domingo,16. O evento, que teve início pontualmente às 16h20 em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), atraiu milhares de manifestantes que protestaram contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45 e o Projeto de Lei (PL) 1904/24, conhecido como PL do Aborto.
A marcha seguiu pela Avenida Paulista, desceu a Rua da Consolação e encerrou-se na Praça da República, no centro da cidade. O trajeto de aproximadamente 3,5 km foi marcado por discursos inflamados, cartazes coloridos e palavras de ordem que ecoaram pelas ruas de São Paulo.
PEC das Drogas e PL do Aborto: principais alvos do protesto
Os manifestantes concentraram suas críticas na PEC 45, que propõe a criminalização da posse e porte de qualquer quantidade de drogas, e no PL 1904/24, que visa equiparar o aborto a homicídio após 22 semanas de gestação. Ambos os projetos são vistos pelos organizadores da marcha como retrocessos nas políticas de direitos individuais e saúde pública.
“Estamos aqui para defender nossas liberdades e dizer não a essas propostas absurdas. A criminalização das drogas não resolve o problema e só alimenta a violência. E o PL do Aborto é um ataque direto aos direitos das mulheres”, declarou Ana Paula Ribeiro, uma das líderes do movimento, durante seu discurso em frente ao Masp.
Diversidade e resistência
A manifestação atraiu uma multidão diversa, incluindo jovens, famílias, ativistas de direitos humanos, profissionais da saúde e defensores da legalização da maconha. Muitos carregavam cartazes com dizeres como “Legalize Já”, “Pelo Fim da Guerra às Drogas” e “Aborto Legal e Seguro”.
“Estou aqui porque acredito que cada um deve ter o direito de decidir sobre seu próprio corpo e sua vida. Criminalizar a posse de drogas e o aborto é um retrocesso enorme”, afirmou João Silva, estudante de direito, que participou da marcha pela primeira vez.
“Bolando o futuro”
A organização escolheu o tema “Bolando o Futuro sem Guerra” para esta edição da manifestação. O objetivo é reforçar a necessidade de reforma urgente nas políticas de drogas do país, em contraponto às iniciativas fracassadas das últimas décadas.
Tradicionalmente realizada aos sábados, a Marcha da capital paulista passou, este ano, a acontecer no domingo. O objetivo é tornar o evento ainda mais acessível, já que nesse dia a circulação na Avenida Paulista é restrita a pedestres e, recentemente, foi instaurada a “tarifa zero” no transporte público por ônibus na cidade de São Paulo.
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