Comunidade alega violação da liberdade religiosa garantida pela Constituição dos EUA
Meses depois de Utah proibir vapes saborizados, a Blackhouse — antiga loja de vaporizadores em Sugar House — havia se transformado em um espaço espiritual para práticas religiosas com cartuchos de vape, cannabis e cogumelos psilocibinos. Mas, em agosto, forças policiais invadiram o local e outro templo ligado à Sugarleaf Church, confiscando sacramentos e prendendo líderes religiosos.
Segundo a ação movida pela igreja na Justiça Federal, agentes chegaram fortemente armados, derrubaram portas com aríetes, desativaram câmeras e confiscaram flores e derivados de cannabis, psilocibina, vapes, documentos, doações em dinheiro e listas de membros. A Sugarleaf Church pede indenização, devolução imediata da propriedade e treinamento de sensibilidade religiosa para a polícia.
A instituição, com filiais em nove estados dos EUA e no México, afirma que suas práticas são intencionais, estruturadas e amparadas por décadas de precedentes legais. A igreja cita a Constituição norte-americana e leis federais de proteção à liberdade religiosa. O caso ganhou força após uma decisão judicial recente em Utah suspender processos contra outro grupo religioso que também usa psilocibina em seus rituais.
Apesar disso, a Promotoria argumenta que os espaços funcionavam como lojas, não como templos, já que registros do Departamento de Comércio apontam a atuação de empresas de vape no mesmo endereço. Os promotores também dizem que a alegação de liberdade religiosa não cobre o uso de cartuchos saborizados de nicotina.
O reverendo Joshua Robers, um dos líderes da Sugarleaf, foi preso e enfrenta acusações criminais, incluindo posse de substâncias controladas com intenção de distribuição. O processo segue em andamento, em meio a um debate nacional sobre o direito ao uso espiritual de substâncias psicoativas.
