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Exposição reúne mais de 30 artigos feitos com a fibra da cannabis

Iniciativa foi promovida pela InformaCANN durante o Seminário sobre Cannabis Medicinal e Cânhamo Industrial

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A InformaCANN promoveu a primeira exposição sobre cânhamo do país na Câmara Legislativa do DF durante o Seminário sobre Cannabis Medicinal e Cânhamo Industrial, evento promovido pelo deputado Leandro Grass (PV), autor da Lei Distrital nº 6839/2021 – que estabelece diretrizes para o incentivo à pesquisa científica com a cannabis para fins médicos na capital do país – que ainda espera regulamentação.

A exposição intitulada “Cânhamo – Uma Revolução Agrícola Não Psicoativa” reuniu artigos como o hempcrete (tijolo produzido com a fibra da cannabis), uma doação da Associação Brasileira de Apoio à Cannabis Esperança (Abrace Esperança), em João Pessoa na Paraíba. “Quando a Abrace completou oito anos, eu entrevistei o fundador, Cassiano Gomes e comentei sobre o projeto de levar a exposição para o Congresso Nacional. Na hora, ele se prontificou a mandar o hempcrete. A Abrace tem uma parede construída com esse material que é um repelente natural, isolante térmico e resistente ao fogo. Eu não acreditei quando aquele tijolo enorme chegou pelos correios. Essa colaboração de todos é sensacional”, conta a jornalista Manuela Borges, fundadora da InformaCANN.

Outros produtos que chamaram a atenção foi o cabo carregador da empresa curitibana Händz, produzido com a fibra da cannabis e recém lançado no país. Sim, o produto é brasileiro, mas a fibra importada da China – maior produtor de cânhamo do mundo. A calcinha absorvente menstrual da Flowyou também foi destaque na coleção. “Segundo a Poliana Rodrigues, idealizadora do produto e dona da marca, em junho a calcinha estará disponível para compras na internet. O cânhamo, neste caso atua como antibactericida e antifúngico. As mulheres ficam encantadas com a invocação”, explica Borges.

A InformaCANN conseguiu reunir mais de 30 artigos como papel, vestuário, bijuteria, cosméticos, chás, chocolates e medicamentos como o óleo extraído da flor da cannabis e as jujubas que contém canabidiol. “A ideia inicial era produzir peças com a linha da cannabis pelo projeto EntrelaçaCANN – de capacitação de mulheres vítimas de violência com técnicas de crochê e tricô– e expor no Congresso Nacional. Mas o projeto cresceu e agora estamos conectando para ampliar nosso acervo com produtos feitos a partir da cannabis. Uma planta 100% aproveitável. Nosso objetivo é desconstruir o preconceito e a miopia que existe em torno dessa planta medicinal”, explica a jornalista.

Outro produto que fez sucesso na exposição é o vestido do renomado estilista norte-americano, Michael Kors. O tecido 100% feito com a fibra da cannabis lembra o linho e é alta costura. A peça única foi vendida inicialmente na hoje extinta Daslu, uma loja direcionada aos endinheirados da capital paulista. De acordo com o site enjoei.com, a peça custava 5 mil reais na loja e foi vendida à InformaCANN por 10% do valor original. “A roupa agora virou instrumento de trabalho. Quando vou entrevistar os parlamentares no Congresso, chego com o vestido de cânhamo e pergunto se eles conhecem o material. Praticamente nenhum deles sabe o que é cânhamo. Ao levar informação, os parlamentares se convencem de que a pauta precisa avançar no país. Principalmente quando o assunto é regulamentação para fins médicos”, explica Manuela.

Segundo a InformaCANN, o próximo destino da exposição é a Câmara dos Deputados e na sequência, o Senado Federal. “O mundo canábico ainda vive em uma bolha, precisamos furá-la. É importante mostrar que produtos feitos a partir da fibra da cannabis já é uma realidade no Brasil. Os parlamentares precisam saber que a justiça já tem autorizado cultivo em solo brasileiro para fins medicinais e que essa planta é revolucionária, não só pelas propriedades terapêuticas, mas também pela capacidade de regenerar solos degradados e capturar mais CO2 do que emite. O terceiro maior país agrícola do mundo não pode mais ficar refém de importação. Estamos trabalhando para trazer o carro da BMW que tem o painel de fibra da cannabis para a exposição. O céu é o limite”, conclui Manuela Borges.

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