Pesquisadores do Technion – Instituto de Tecnologia de Israel concluíram que a cannabis medicinal oferece efeitos terapêuticos reais no manejo da dor, e que a eficácia pode ser prevista pelo perfil químico da planta. O estudo, publicado na revista Communications Medicine, mostra que não apenas os canabinoides mais conhecidos — como o THC e o CBD — influenciam no resultado, mas também compostos menos populares, como o alfa-bisabolol e o eucaliptol, tiveram papel decisivo no alívio dos sintomas.
A pesquisa analisou dados de 329 pacientes e revelou que a melhora na dor podia ser prevista a partir da composição química do produto utilizado, mesmo sem que os participantes soubessem quais substâncias estavam presentes. Isso reforça que o efeito não se limita a um placebo.
Outro ponto relevante foi a confirmação do chamado efeito comitiva, conceito que sugere que combinações específicas de compostos da cannabis podem agir de forma sinérgica, potencializando o efeito terapêutico.
Embora o THC e o CBD sejam amplamente reconhecidos, o estudo apontou que eles tiveram valor preditivo limitado em relação ao alívio da dor. Para os pesquisadores, isso explica por que estudos anteriores focados apenas nesses canabinoides apresentaram resultados inconsistentes.
Além desse trabalho, outras pesquisas recentes também reforçam o potencial da cannabis no tratamento da dor crônica, apontando benefícios como redução no uso de opioides, menos visitas a pronto-socorros e melhora na qualidade de vida.