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Estudo revela contaminação em cannabis vendida em coffee shops da Holanda

by Redação

Um estudo recente revelou a presença de contaminantes perigosos, como metais pesados e pesticidas, na cannabis comercializada em coffee shops da Holanda. Apesar de a venda para consumo pessoal ser tolerada no país, o cultivo e a distribuição da planta ainda são proibidos, o que obriga os estabelecimentos a recorrerem a fornecedores ilegais, resultando em padrões de qualidade variados.

A pesquisa, conduzida pelo Instituto Trimbos, centro de referência na Holanda sobre álcool, tabaco e drogas, analisou 105 amostras de cannabis e haxixe adquiridas aleatoriamente em coffee shops. Os resultados mostram que cerca de um terço das amostras continha pesticidas que serão proibidos no âmbito de um novo experimento regulatório, o “Closed Coffee Shop Chain Experiment” (EGC).

Entre os contaminantes detectados, destaca-se a presença de metais pesados, bactérias e pesticidas. Em uma das 50 amostras de haxixe, foi identificado um nível elevado de chumbo, metal tóxico que pode ser prejudicial à saúde humana. “O impacto na saúde parece ser limitado, mas é um alerta importante sobre o risco desse tipo de contaminação”, afirmou o relatório.

Além disso, seis amostras de cannabis apresentaram altos níveis da bactéria Staphylococcus aureus, que pode indicar condições sanitárias inadequadas durante o cultivo, processamento ou venda. No entanto, o risco de doenças depende da saúde do usuário e da quantidade consumida.

Por outro lado, nenhuma amostra excedeu os limites estabelecidos para aflatoxinas, toxinas produzidas por fungos.

Reformas regulatórias
Os resultados reforçam a importância do experimento EGC, no qual coffee shops de 10 municípios holandeses passarão a vender cannabis cultivada exclusivamente por produtores licenciados, com rígidos controles de qualidade. “O EGC oferece a oportunidade de minimizar os riscos associados aos contaminantes, estabelecendo padrões claros para o cultivo e comercialização”, concluiu o relatório.

Apesar de o estudo indicar que a maioria dos contaminantes identificados não representa um risco imediato para pessoas saudáveis, o Instituto Trimbos alerta que a vigilância é essencial, especialmente no caso de metais pesados. Além disso, mais pesquisas sobre os efeitos da inalação de contaminantes pela fumaça de cannabis são necessárias para entender melhor os impactos à saúde.

O relatório também ressalta os riscos gerais do consumo da substância. “A cannabis sempre apresenta riscos à saúde, especialmente quando combinada com tabaco”, afirmou Pieter Oomen, pesquisador do Instituto.

O experimento regulatório representa um passo importante para garantir a segurança dos consumidores e reduzir os danos associados ao mercado ilegal.

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