A médica Carolina Nocetti, uma das pioneiras em cannabis medicinal no Brasil esteve no The Noite com Danilo Gentili para contar como a planta pode ser usada para melhorar a qualidade de vida de pacientes com Alzheimer, Mal de Parkinson e depressão.
A respeito da diferença entre a planta que é usada de forma recreativa, a doutora explicou: “quando a gente usa para o medicinal, precisa de um controle de qualidade diferenciado”. E completou: “a gente precisa de uma seriedade, de um controle muito maior na terapia do que quando estão fazendo no uso recreativo. Mas a planta é a mesma. Exatamente igual”. Sobre a necessidade do contrabando de maconha, comentou: “antes precisava. Tinham mães que faziam tráfico internacional de drogas”.
Na entrevista a doutora recordou que começou sua pesquisa neste campo por ter dificuldades para dormir. “Um colega médico me ensinou: “você já tentou Cannabis?”. Agora pensando, retrospectivamente, eu lembrava da televisão, das pessoas falando que a Cannabis dava sono, que as pessoas ficam com fome… E era o que eu precisava. Mas em nenhum momento eu considerei aquilo como terapêutico”.
Sobre a aceitação na comunidade médica, Nocetti comentou que tem havido melhora: “principalmente porque já está na farmácia, a gente já conhece o sistema – a gente tem um sistema no nosso corpo, que os componentes da cannabis se encaixam…. Se chama endocanabinoide, que produz moléculas parecidas com a da planta. Ela suplementa o que a gente já tem.”
Sobre o preconceito que ainda existe, a médica afirmou: “médicos mais velhos tendem a aceitar melhor a Cannabis porque eles já estão estabelecidos na sua carreira e não estão muito preocupados com o preconceito. Tem médicos com muito preconceito, mas o que está mudando é a educação”.
E respondeu a questão do vício, dizendo: “alguns estudos falam 13%, a possibilidade, alguns 18%, mas seria próximo ao café. Então como você toma café todo o dia e, se você não toma café há 2 semanas, certamente você vai ficar chato e irritadíssimo”.
Carolina falou ainda quais doenças podem ser tratadas com o produto: “dor crônica, náusea e vômito (quimioterápicos), espasticidade (rigidez muscular da esclerose múltipla). A epilepsia, já bem estabelecida, já existe um medicamento. Aí tem outras condições que a gente não tem essa robustez, mas na prática clínica observa melhora como: ansiedade, insônia, pacientes com doenças de Alzheimer, Parkinson, psoríase, fibromialgia, endometriose”.
Fonte: SBT
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