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A infeliz fala da BRCANN para a Folha de São Paulo

by Redação

Dia 11/06/2023 abro o meu celular pela manhã e me deparo com a seguinte matéria: Liberação de drogas pelo STF atrapalha mercado medicinal da maconha, diz setor. Após ler esse título, bloqueio o meu celular e volto a dormir, pensando: o que eu estou fazendo nessa indústria?

Sinceramente alguém precisa falar isso e aqui estou eu pra te dizer:

Desistam do Brasil legalizado verde e amarelo com soberania na produção da sua Cannabis Sativa L, dito cujo cânhamo. Esse país se vendeu e muito barato para a indústria farmacêutica há muitos anos e até os ativistas entraram nessa. Entregou o nosso sonhado e tão esperado ouro verde nas mãos daqueles que podem controlar fortemente a produção e distribuição da Cannabis.

Desde 2015 quando a Cannabis medicinal começou a entrar com mais força no Brasil, houve uma enorme insegurança em proteger esse tão valioso mercado. Isso se acentuou em 2019 com o surgimento da BRCann – Associação Brasileira de indústria da canabinoides, que de canabinoides até agora protege somente o CBD.

Essa dita associação que diz representar todo o resto das empresas que compõem a indústria, obteve espaço no maior jornal de circulação do país, a Folha de São Paulo, dizendo que a discriminação das drogas, pauta a ser votada pelo STF, pode PREJUDICAR a indústria brasileira de Cannabis medicinal, deixando milhares de pessoas e empresas que atuam no setor totalmente boquiabertos. A dona desta fala é uma ADVOGADA que não compensa dar repercussão, a tal Diretora Executiva da associação.

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Ora pois senhores, será que precisamos entender que o mercado de Canabis medicinal neste caso poderia ser substituído por indústria farmacêutica, pois na fala da representante maioral da BRCann o único mercado existente da Cannabis se encontra dentro de uma Drogasil, excluindo todo o resto de um mercado que está esperando para se desenvolver.

Agora eu te digo: e a celulose, o tecido, o cosmético, o bio-óleo e o concreto? Esses setores também não merecem avançar? A planta da Cannabis é a provedora da matéria-prima de todos esses itens que citei e aí, os cabeças de bagres virão perguntar: mas o que isso tem a ver com a descriminação das drogas?

Pois bem, eu explico: Essa votação do STF pode ser decisiva para o bem ou mal dessa tão sonhada indústria. Continuar punindo os usuários por porte de Cannabis (ou outras drogas) em quantidade mínima, além de gerar alto custo para os cofres públicos, extingue a necessidade da educação canábica e estimula a falida guerra às drogas.

Posso garantir que sem meios de educar a população, o mercado INDUSTRIAL da Cannabis NUNCA existirá. Ficaremos para sempre fardados as tarjas pretas e vermelhas dos medicamentos controlados. Entendam, o CBD, CBG, CBN, canabinoides encontrado em alta quantidade no cânhamo e a sua biomassa é um alimento e suplemento, um inofensivo fitoterápico e deve ser democratizado para os brasileiros em todas as suas formas.

Infelizmente a matéria da Folha de São Paulo foi lida por muitos brasileiros que não compreendem absolutamente nada sobre a planta e somente agrega para um pensamento retrógado e elitista. Claramente a BRCANN representa uma minoria de empresários do setor que estão amedrontados com o rápido avanço da Cannabis no Brasil.   

*Ana Luiza Rios – Engenheira Ambiental e CEO Just Hemp Brasil.

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