A regulamentação da Enfermagem Canábica no Brasil foi tema de uma reunião entre o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), a Sociedade Brasileira de Enfermagem Canábica (Sobeca) e a Associação Brasileira das Indústrias de Cannabis (Abicann). O encontro, realizado na última semana, marcou o início de um trabalho colaborativo para debater e estabelecer parcerias que visem o avanço e a regulamentação da especialidade dentro da enfermagem.
A proposta é que a Enfermagem Canábica se torne uma especialidade dedicada ao cuidado de pacientes que utilizam cannabis em seus tratamentos. Através do Gerenciamento de Casos, os enfermeiros prestarão um atendimento humanizado, individualizado e abrangente, focado nas necessidades e desafios de cada paciente. O objetivo é promover uma escuta terapêutica qualificada e empática, além de criar um ambiente seguro para pacientes e suas famílias.
Segundo James Francisco, conselheiro do Cofen, a entidade deve liderar o processo de regulamentação e disciplinar a atuação dos profissionais da área. Ele destacou a importância da enfermagem no avanço da regulamentação do uso medicinal da cannabis no Brasil. “A enfermagem se coloca como protagonista no cuidado e na educação de pacientes, garantindo um tratamento humanizado e eficiente, em conformidade com as diretrizes de saúde pública”, afirmou.
A enfermagem é a maior categoria de saúde no Brasil e desempenha um papel essencial na supervisão de equipes, condução de pesquisas e garantia de qualidade no atendimento. Com a regulamentação da Enfermagem Canábica, novas oportunidades de carreira poderão surgir para os profissionais, incluindo áreas como consultoria e desenvolvimento de produtos voltados ao bem-estar dos pacientes que utilizam cannabis.
Para a presidenta da Sobeca, Suzyanne Araújo, a enfermagem canábica desempenhará um papel fundamental na coordenação do cuidado terapêutico de pacientes que fazem uso de produtos à base de cannabis. “Trabalhando em colaboração com equipes multidisciplinares, podemos garantir mais eficácia e segurança na terapia canábica, promovendo maior qualidade de vida aos pacientes”, destacou.
De acordo com a Abicann, estima-se que mais de 530 mil pacientes no Brasil utilizam cannabis para fins terapêuticos, número que pode chegar a 20 milhões até 2030. O presidente da associação, Thiago Ermano, ressaltou a importância da informação, educação e orientação para o sucesso da prática da Enfermagem Canábica, garantindo um cuidado holístico e eficaz.
A regulamentação da Enfermagem Canábica, segundo os especialistas, representa um avanço significativo tanto para a saúde pública quanto para a valorização da profissão no país.