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Cannabis medicinal melhora sintomas não motores da Doença de Parkinson e amplia qualidade de vida

by Redação

Nesta sexta-feira (11), é celebrado o Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença de Parkinson, uma data voltada à reflexão sobre os desafios enfrentados por pacientes e cuidadores, bem como à busca por tratamentos mais eficazes e humanizados. Entre as abordagens que vêm ganhando destaque no Brasil e no mundo está o uso da cannabis medicinal para aliviar sintomas não motores associados à condição.

Embora a Doença de Parkinson seja amplamente reconhecida por seus efeitos nos movimentos corporais, como tremores e rigidez, os sintomas não motores — como distúrbios do sono, dores crônicas, ansiedade e depressão — também impactam profundamente a qualidade de vida dos pacientes. É nesse cenário que os tratamentos com derivados da cannabis surgem como uma alternativa promissora, especialmente por atuarem de forma diferente dos medicamentos tradicionais e apresentarem baixo risco de efeitos colaterais.

Cannabis medicinal no tratamento do Parkinson: evidências crescentes

Estima-se que mais de 200 mil pessoas convivam com a Doença de Parkinson no Brasil. Globalmente, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1% da população com mais de 65 anos é afetada por essa enfermidade neurodegenerativa, que atinge progressivamente o sistema nervoso central e ainda não possui cura.

Os medicamentos convencionais atuam principalmente no sistema dopaminérgico, tentando equilibrar os níveis de dopamina no cérebro. Apesar de eficazes em muitos casos, esses fármacos costumam provocar efeitos adversos intensos.

“Isso faz com que o paciente lide com fortes efeitos colaterais, como náuseas, delírios e até o indesejável aumento das complicações motoras”, explica Dra. Mariana Maciel, médica brasileira especializada em medicina canabinoide e líder da farmacêutica canadense Thronus Medical.
“Tudo isso piora a depressão, ansiedade e dor crônica, o que faz com que muitos procurem por algum alívio em outros tipos seguros de tratamento”, completa.

A cannabis medicinal, por sua vez, atua no sistema endocanabinoide, um complexo sistema regulador do corpo humano envolvido em processos como sono, dor, humor e inflamação. Esse diferencial permite que os canabinoides interajam com os receptores CB1 e CB2, modulando diversas funções sem causar os mesmos efeitos colaterais dos medicamentos convencionais.

Entre os compostos mais estudados estão o CBD (canabidiol) e o THC (tetra-hidrocanabinol). Cada um possui propriedades terapêuticas distintas que, combinadas, oferecem uma resposta mais eficaz a diferentes manifestações da doença.

“O efeito neuroprotetor do CBD pode ajudar a retardar a degeneração dos neurônios, como no caso do Parkinson”, afirma a Dra. Mariana.
“Ele reduz a ativação das células da glia, que contribuem para inflamação e lesão cerebral, combate o estresse oxidativo, atenua danos associados a doenças neurodegenerativas e ainda favorece a neurogênese”, explica.

Já o THC, embora mais conhecido por seus efeitos psicoativos, tem sido apontado em estudos clínicos como um aliado no controle de tremores e rigidez muscular, além de auxiliar na melhora do apetite e do humor.

Um dos grandes diferenciais do tratamento com cannabis medicinal para Parkinson é sua baixa incidência de efeitos adversos, mesmo quando utilizado em conjunto com outros medicamentos. Essa segurança terapêutica torna a cannabis uma opção cada vez mais considerada por médicos, pacientes e familiares em busca de bem-estar e qualidade de vida.

No Brasil, o acesso à cannabis medicinal é regulamentado pela Anvisa e requer prescrição médica. A expectativa é que políticas públicas e avanços regulatórios ampliem esse acesso nos próximos anos.

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