O canabidiol ou CBD, um componente não psicoativo da cannabis, inibe o metabolismo da nicotina, descobriram os pesquisadores da Washington State University (WSU). O resultado do novo estudo, publicado na revista científica Chemical Research in Toxicology, aponta que o composto pode ajudar os usuários de tabaco a reduzir o desejo pelo próximo cigarro.
Eles descobriram que o CBD inibiu várias dessas enzimas, incluindo a principal para o metabolismo da nicotina, identificada como CYP2A6. Outra pesquisa descobriu que mais de 70% da nicotina é metabolizada por essa enzima na maioria dos usuários de tabaco. O impacto do CBD nesta enzima em particular pareceu bastante forte, inibindo sua atividade em 50% em concentrações relativamente baixas de CBD.
“Em outras palavras, parece que você não precisa de muito CBD para ver o efeito”, constata Lazarus, em comunicado.
A equipe de Lazarus está atualmente desenvolvendo um estudo clínico para examinar os efeitos do CBD nos níveis de nicotina em fumantes. Eles vão medir e comparar os níveis de nicotina no sangue de pessoas que fumam e tomam o CBD e o placebo ao longo de seis a oito horas. Então, eles esperam fazer um estudo muito maior sobre o CBD e o vício em nicotina.
Maconha é menos viciante do que álcool ou nicotina
A maconha é a droga ilegal mais consumida em todo o mundo e a que mais se expandiu nas últimas décadas. Para ajudar a avaliar seus efeitos sobre a saúde, o pesquisador Wayne Hall, da Universidade Queensland, na Austrália, realizou uma revisão dos resultados dos estudos em torno do consumo de cannabis durante os últimos vinte anos.
Sobre o vício, Guzmán afirma que quem é dependente da cannabis está menos estabelecido do que com outras substâncias, e ela costuma ser mais reversível do que outras drogas. No que se refere à relação com o câncer, ele diz que também não está bem estabelecida, porque muitas vezes quando se fuma maconha também se fuma tabaco, e é difícil identificar que efeitos se devem a cada substância.
Além do mais, os cannabinoides podem ter um efeito inibidor do desenvolvimento do câncer que se contrapõe ao efeito do fumo. Por fim, Guzmán aponta a diferença na forma de consumir tabaco e maconha como explicação para que a relação com o câncer seja indubitável no primeiro e não no segundo. “Quando falamos de um fumante crônico nos referimos a alguém que pode fumar quarenta cigarros por dia, e ninguém vai fumar, nem de longe, essa quantidade de baseados”, conclui.
Fonte: O Globo