Desde 2020, a Associação Canábica Maria Flor vem fazendo a diferença na vida de centenas de portadores de patologias. Mais do que tratamento com cannabis, a associação de Marília, a 443 quilômetros da capital paulista, oferece um ecossistema de bem-estar e acolhimento a pessoas com diferentes anseios, necessidades e aspirações.
Para ampliar e melhorar ainda mais o atendimento, a associação irá inaugurar no dia 12 de outubro o Clube do Paciente, um espaço voltado a terapias oferecidas gratuitamente aos associados e seus familiares. O local contará com fonoaudiologia, fisioterapia, terapia assistida por animais, acompanhamento nutricional e terapia ocupacional.
A presidente e diretora científica da instituição Carol Marroni conta que para conseguir angariar recursos para a conclusão das obras, a associação está promovendo uma ação na internet. As pessoas podem ajudar o projeto Clube do Paciente doando qualquer quantia através da chave pix financeiro@mariaflor.org.br.
Uma associação criada por Marias
Fundada e gerida por Carol Marroni, Fernanda Peixoto, Silvia Almeida e Cláudia Marin, a entidade tem nos atributos femininos seu principal diferencial. A história da associação começou quando Cláudia já não sabia mais a quem recorrer. Depois de anos lutando pela saúde do filho Mateus, ela tinha chegado a um beco sem saída. Portador de epilepsia de difícil controle, o garoto tinha até 80 convulsões ao dia. Depois de uma série de tratamentos mal sucedidos – um dos quais resultou na perda dos movimentos do lado direito do corpo de Mateus – Cláudia ouviu falar sobre o potencial da cannabis no tratamento da doença.
Com muito esforço, ela adquiriu o produto importado. Porém, o alto custo do medicamento (que pode chegar a custar mais de R$ 2 mil ao mês) tornava sua adoção extremamente difícil. Para piorar, o produto não surtiu o efeito desejado.O caminho dos dois começou a mudar quando a terapeuta canábica Fernanda Peixoto viu o apelo da mãe em um canal de TV. Ciente da diferença entre as propriedades do CBD isolado e do óleo de espectro amplo, ela decidiu ajudar.
A terapeuta produziu um frasco de óleo e, com ajuda de uma amiga em comum, o entregou a Cláudia. Como toda mãe que luta pela vida do filho, ela não hesitou e deu o óleo a Mateus. Em quatro dias, o milagre: as crises haviam cessado completamente. O resultado assombroso criou uma conexão imediata e inquebrável entre os três. A partir dali, Cláudia Marin e Fernanda Peixoto tomaram uma decisão que mudaria a vida delas e de centenas de pessoas: propagar os benefícios da cannabis e lutar pela legalização do seu uso.
Mais de dois mil pacientes
Naquele ato de amor materno, coragem e compromisso com a vida, nascia a Maria Flor: uma associação canábica dedicada a promover bem-estar e qualidade de vida, com os dois pés no acolhimento com toque feminino e na agricultura sustentável. Logo, outras Marias se juntariam a elas, e, como um coração de mãe, o projeto atingiria proporções que elas mal poderiam imaginar. Hoje a associação produz o óleo de cannabis e atende duas mil pessoas de todo país.
A organização de Marília também orienta os pacientes a conseguirem o habeas corpus e entrar com o pedido judicial para o uso do óleo à base de cannabis. A Maria Flor disponibiliza ainda uma lista de médicos que avaliam casos clínicos e prescrevem o medicamento. Mais informações sobre a associação através do site www.mariaflor.org.br, do perfil do Instagram, da página no Facebook ou pelo telefone (14) 991 549 400. Assista o vídeo para conhecer mais o trabalho da associação Maria Flor.
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