A Associação Pan-Americana de Medicina Canabinoide (APMC) divulgou uma nota repudiando o artigo da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) que afirma não haver evidências suficientes que comprovem os benefícios do uso medicinal da cannabis. No documento elaborado em conjunto com os médicos Ana G. Hounie, Flávio Rezende, Marcus Zanetti, Raquel Peyraube e Wilson Lessa, a APMC ressalta que a opinião publicada por dois membros no periódico “Brazilian Journal of Psychiatry” é enviesada por posições ideológicas e não científicas, sem menção a trabalho dos comitês científicos ou mesmo uma simples consulta pública aos associados da ABP, de modo que parece refletir a posição de sua Diretoria, o que não representa um consenso da comunidade de psiquiatras a ela associados.
Sobre a citação que a adoção de substâncias psicoativas presentes na cannabis causam dependência química, podem desencadear quadros psiquiátricos ou piorar os sintomas de enfermidades já diagnosticadas, os especialistas da APMC rebatem. “Negar as evidências científicas atuais – mesmo sem ter atingido o patamar que permita o primeiro registro dos canabinoides por agência regulatória em indicação psiquiátrica – é um desprestígio aos milhares de pesquisadores debruçados sobre este tema. É negar o papel relevante das instituições de pesquisa brasileiras – em especial das universidades públicas e dos hospitais terciários. É simplesmente desconsiderar os milhares de pacientes que têm encontrado no uso compassivo dos canabinoides alternativa ao tratamento de sintomatologia debilitante.”
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Centenas de pesquisas no mundo
No documento elaborado a Associação Pan-Americana de Medicina Canabinoide (APMC) aponta que há evidências científicas e clínicas de eficácia e segurança de diversos fitocanabinoides. “Há ensaios clínicos com o THC ou o dronabinol (síndrome de Tourette, demências, TEPT, dor crônica (migrânea, fibromialgia, nevralgias), TOC, TDAH, depressão, insônia); Com CBD purificado (ansiedade, fobia social, esquizofrenia) e com extratos integrais (autismo, síndrome de Tourette, demências, dores crônicas tais como fibromialgia e migrânea/enxaqueca). Algumas indicaçoes possuem nível de evidência maior (estudos randomizados e/ou meta-análises), como TEA, epilepsia, síndrome de Tourette, esquizofrenia). Há evidências emergentes para o tratamento de alguns sintomas não motores da doença de Parkinson- como relatos de casos, de série de casos, estudos abertos e experiência clínica acumulada de especialistas, tanto para os extratos naturais como para drogas sintéticas e semissintéticas.” Por fim a APMC concorda com a necessidade de que sejam feitas mais pesquisas na área. Entretanto, segundo eles, enfrentam diversos desafios, tais como comitês de ética despreparados no assunto, o impedimento do cultivo de Cannabis nas Universidades e o uso do THC para fazer pesquisas.
Confira a nota completa de esclarecimento da Associação Pan-Americana de Medicina Canabinoide
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