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Produção científica sobre cannabis supera 4 mil estudos pelo quinto ano seguido

by Redação

Análise da NORML mostra que, apenas em 2025, mais de 4 mil artigos sobre cannabis foram publicados no mundo, reforçando o avanço das pesquisas e o interesse científico no tema

A produção científica global sobre cannabis segue em alta. Segundo uma análise divulgada pela NORML, organização norte-americana dedicada à reforma das políticas de drogas, mais de 4 mil estudos sobre cannabis foram publicados em 2025 em todo o mundo. É o quinto ano consecutivo em que o volume anual ultrapassa essa marca.

De acordo com a entidade, desde 2015 já foram publicados mais de 37 mil artigos científicos relacionados à planta. Os dados são baseados em buscas por palavras-chave na base PubMed.gov, mantida pela Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos. Ao todo, o PubMed já reúne mais de 57 mil estudos sobre cannabis desde 1840.

A NORML destaca que mais de 70% de todos os artigos existentes foram publicados na última década e 90% desde 2002, evidenciando o crescimento acelerado do interesse acadêmico. Em 2022, o volume anual ultrapassou 4.300 artigos, ainda o recorde histórico.

Para Paul Armentano, vice-diretor da NORML, a ampliação das pesquisas desmistifica a ideia de que a cannabis não foi suficientemente estudada. Ele afirma que, nos últimos dez anos, houve um salto na compreensão científica sobre os compostos da planta, seus mecanismos de ação e seus efeitos tanto em usuários quanto na sociedade. “É hora de políticos deixarem de avaliar a cannabis pelo prisma do ‘que não sabemos’ e começarem a discutir com base nas evidências do que já sabemos”, afirmou em nota.

Entre os artigos publicados em 2025 e citados na análise aparecem estudos sobre a queda do uso de cannabis entre jovens no Canadá após a legalização, a redução na prescrição de opioides em estados norte-americanos com programas de cannabis medicinal, o potencial terapêutico da planta para ansiedade e depressão, além de análises sobre o impacto econômico positivo em regiões que legalizaram o uso adulto.

Outras pesquisas recentes também apontam que a cannabis e seus componentes podem auxiliar no tratamento de transtornos relacionados ao álcool e na redução de cravings. Em 2025, estudos nos Estados Unidos mostraram ainda que mais adultos consomem cannabis do que cigarros, reflexo de mudanças na percepção de risco entre as duas substâncias.

Outro avanço citado é a identificação de novos canabinoides, como o cannabielsoxa, reforçando que o potencial químico da planta segue sendo desbravado pela ciência.

Nos EUA, parte da comunidade científica espera que a proposta de reclassificação da cannabis no Controlled Substances Act, passando da categoria I para a III, ajude a reduzir barreiras de pesquisa. O governo Trump chegou a sinalizar uma decisão ainda em 2025, mas a mudança não foi oficializada até o momento.

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